O DISCURSO DA CRIMINALIZAÇÃO DA JUVENTUDE NO JORNAL DAQUI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Mendes, Gardene Leão de Castro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas
BR
PUC Goiás
Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/1293
Resumo: Este trabalho busca verificar como os jovens são significados pela mídia impressa goiana, analisando, especificamente, a cobertura do jornal Daqui durante os meses de fevereiro, março e abril de 2010. Escolhi este tema porque, segundo Waiselfisz (2011), nos últimos anos (2004/2008), no Brasil, há um aumento assustador do número de homicídios de jovens. A pesquisa foi feita tendo como corpus de análise o jornal Daqui por este ser um importante veículo formador de opinião em Goiás, possuindo, atualmente, a maior tiragem de jornais impressos do Estado. Para analisar os enunciados do Daqui, utilizo como referencial teórico a Análise de Discurso Francesa, já que ela possibilita observar as construções históricas e ideológicas presentes em um discurso, considerando não apenas a materialidade linguística, como também sua exterioridade (condições históricas, sociais e ideológicas). A partir das análises feitas, pude perceber que o jovem pobre das periferias urbanas é representado nos enunciados do Daqui de forma estigmatizada, sedimentando um imaginário no qual a prática de seu extermínio parece ser aceita e autorizada. A cobertura do jornal dá grande espaço para assuntos relacionados à criminalidade e ao preconceito diante do jovem infrator ou usuário de drogas, sendo que temáticas como a cultura, o esporte, a educação, entre outras, raramente são abordadas. A cristalização desta memória permite que tais interpretações sejam tomadas como verdades universais , não possibilitando ao leitor outros tipos de significação, fazendo com que a violência seja considerada como algo comum e necessário para controlar jovens. Há na população uma crescente crença neste imaginário, que acaba sendo complacente com a situação de extermínio de jovens pobres. Os enunciados produzidos pelo Daqui colaboram por cristalizar a aceitação de homicídios de jovens pobres, estimulando a criminalização, o preconceito e a invisibilidade dos mesmos. Linha de Pesquisa: Educação, Sociedade e Cultura .