Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Daher, Camila Marques Silva
|
Orientador(a): |
Paiva, Fernando Santana de
|
Banca de defesa: |
Fraga, Paulo Cesar Pontes
,
Ribeiro, Fernanda Mendes Lages |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Psicologia
|
Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13120
|
Resumo: |
As representações midiáticas atravessam as nossas vidas e contribuem na produção de nossas subjetividades. No Brasil, guardadas suas particularidades, a mídia hegemônica representa um poder político e econômico que se vale ideologicamente do discurso midiático como uma estratégia de manutenção da ordem social. A criminalização de determinados segmentos sociais tem sido uma importante ferramenta utilizada na produção de consensos e na perpetuação de uma adesão subjetiva à barbárie. Em especial, quando nos referimos à realidade dos jovens inseridos em territórios marcados pela pobreza e pela criminalização, cabe nos questionarmos sobre os desdobramentos do que tratamos como discurso midiático criminal em suas vidas. Nos propomos então a analisar os sentidos produzidos por jovens inseridos em um contexto de violência e criminalidade em relação a este discurso midiático. Trata-se de uma pesquisa participante, conforme preconiza o sociólogo colombiano Orlando Fals-Borda, tendo ainda como fundamentação os conceitos de linguagem, dialogismo e polifonia de Mikhail Bakhtin. A pesquisa foi realizada durante um período de 18 meses, considerando os processos de inserção no campo, a aproximação, a negociação do trabalho com os participantes da pesquisa e a realização de sete grupos de discussão com seis jovens com idades entre 14 e 16 anos. A aproximação com os jovens participantes se deu a partir do contato com uma Organização Não Governamental (ONG) local em diálogo com o Centro de Referência em Assistência Social (CRAS). Para a realização dos grupos de discussão, foram selecionados trechos de programas jornalísticos, de diferentes veículos midiáticos, em que jovens eram associados a episódios envolvendo atos tidos como criminosos. Posteriormente, o material foi discutido com os sujeitos da pesquisa nos grupos realizados. A partir dos diálogos tecidos pelos jovens com o conteúdo apresentado, observamos que segundo eles, o discurso midiático ignora as histórias de vida dos sujeitos representados nas reportagens, produzindo violências e reificando o estereótipo sobre os denominados “bandido” e “cidadão de bem”. Verificamos também que uma potência de indignação é produzida, porém, esta pode não encontrar espaço de expressão e ação frente a esse ciclo de criminalização e violências que é vivenciado no cotidiano pelos jovens e expresso através das experiências de racismo, violências policiais e humilhações. Entretanto, a despeito da violência midiática, os jovens constroem, a partir de um movimento de criatividade e inquietude, formas de resistência e sinalizam a existência de mídias alternativas que podem contribuir para processos emancipatórios. |