ANÁLISE ESPACIAL DA OCORRÊNCIA DE ACIDENTES OFÍDICOS NO BRASIL E SEUS DETERMINANTES AMBIENTAIS E SOCIOECONÔMICOS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Cleiton José Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Ciências Médicas, Famacêuticas e Biomédicas::Curso de Biomedicina
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Ciências Ambientais e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/3980
Resumo: Recentemente os acidentes ofídicos foram reclassificados pela Organização Mundial da Saúde como Doença Tropical Negligenciada. Esse problema atinge principalmente grupos etários economicamente ativos de populações rurais em países pobres ou em desenvolvimento nas regiões tropicais. Apesar do baixo índice de mortalidade associado a esse tipo de acidente no Brasil, uma das maiores estimativas de ocorrência foi atribuída ao país. O perfil epidemiológico é amplamente conhecido nas diversas regiões brasileiras, porém, pouco se inferiu sobre fatores associados à ocorrência de acidentes ofídicos no país. Assim, com o objetivo de analisar a distribuição espacial dos acidentes causados por serpentes das famílias Elapidae e Viperidae, registrados para os municípios brasileiros entre os anos de 2007 e 2015, associamos o número de acidentes ofídicos, obtidos na base de dados do Sistema de Informação e Notificação de Agravos do Ministério da Saúde, com variáveis ligadas a fatores humanos e ambientais considerando o efeito espacial na distribuição dos dados. A taxa de incidência média anual foi calculada para elaboração do mapa de distribuição nacional e regional da incidência no período analisado. A associação entre o número de acidentes e fatores analisados foi testada através de Análise de Regressão Linear Múltipla OLS (Ordinary Least Square), avaliando a autocorrelação espacial nos resíduos do modelo pelo Índice de Moran. A partição de variância foi realizada para avaliar o efeito isolado dos diferentes fatores sobre a variação do número de acidentes. A incidência média anual para o período foi de 12,1/100.000hab. As regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram as maiores incidências, seguidas pelas regiões Nordestes, Sul e Sudeste, respectivamente. O modelo OLS indicou associação superior a 50% entre dados de acidentes e variáveis testadas, com maior contribuição dos fatores humanos seguidos do efeito espacial e menor contribuição dos fatores ambientais em todas as escalas analisadas. O modelo mostrou maior adequação principalmente para as regiões com maior taxa de incidência, indicando diferenças na composição das variáveis mais importantes em cada região. Contudo, é possível inferir que no período analisado, fatores humanos contribuíram mais fortemente para a ocorrência de acidentes ofídicos no Brasil, seguidos do efeito espacial sobre a distribuição desses acidentes e menor contribuição dos fatores ambientais. Especialmente, o adensamento demográfico ligado ao tipo de ocupação e condições climáticas podem favorecer o aumento de acidentes ofídicos no país e diferentes características regionais podem esclarecer a disparidade na taxa de incidência entre as regiões brasileiras.