Modos de gestão em um sistema cultural: negociação, religiosidade popular e ecos romanizadores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Simonassi, Flávia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Católica de Goiás
Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia
BR
UCG
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Gestão do Patrimônio Cultural
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/2294
Resumo: Esse estudo propõe, no contexto da Festa Junina da Comunidade Católica de São João Batista do Jardim Bela Vista de Goiânia-Goiás a busca do seguinte objetivo: compreender como a religião católica, através da instituição de uma cultura bíblico-católica influencia o comportamento dos atores e autores no contexto tradicional -local de uma festa de São João. Ao (re)criar símbolos e rituais e (re)significar outros, os agentes da igreja deslocam o verdadeiro sentido das festas de São João aquele em que o folclore e o catolicismo popular predominam e igualmente os símbolos e ritos pagãos e introduz um novo sentido fundamentado nos preceitos do catolicismo oficial. Para tanto, coloca as missas católicas como os rituais mais importantes dentro da festa, fazendo com que o folclore e o catolicismo popular se reduzam a uma tímida expressão diante de toda a liturgia que impregna os nove dias de comemorações. Com um discurso purificador , os agentes da igreja tentam reduzir a presença do catolicismo popular e do folclore selecionando os poucos símbolos e rituais que devem permanecer na festa, de modo que o padre e as representantes das pastorais da igreja é quem alargam os limites da religião determinando as ocorrências populares e os símbolos e ritos que devem ser resgatados pela memória. Apesar da disputa entre catolicismo oficial e popular (este último na memória dos agentes da religiosidade popular) e a hegemonia do primeiro sobre o segundo no contexto da festa no tempo presente, pode-se observar que não existe só a festa da Igreja - apesar dos esforços para que isso aconteça - mas também a festa do folclore e do catolicismo popular, que, mesmo tímida, resiste as mudanças e sobrevive na memória dos mais antigos apoiando-se nos vestígios que os católicos esclarecidos não apagaram. E, compreender como a religião opera dentro desse sistema de representações, crenças e valores expressos implica em abranger os discursos dos diferentes grupos, bem como as ações rituais e os símbolos que são criados e (re)criados até que cheguem ao sistema cultural que aos nossos olhos se apresenta: Uma expressão romanizada de uma festa popular.