CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS DE RECIDIVA DE HANSENÍASE DIAGNOSTICADOS ENTRE 1994 E 2010 NO MUNICÍPIO DE RONDONÓPOLIS-MT

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Coelho, Neusa Maria Broch
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências da Saúde
BR
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Ciências Ambientais e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/2924
Resumo: Introdução: Rondonópolis é um município de alta endemicidade para hanseníase, no entanto, com baixas taxas de recidiva. Não estudos que enfoquem as causas de manutenção de altas taxas de detecção ou eficácia da poliquimioterapia. Deste modo, a revisão de dados sobre casos de hanseníase diagnosticados e todas as recidivas pode auxiliar no entendimento das causas de manutenção da endemia e melhorar as ações de controle da doença. Objetivos: Caracterizar os casos de recidiva de hanseníase diagnosticados entre 1994 e 2010 em Rondonópolis-MT que tiveram alta por cura, quanto às características clínico-laboratoriais, epidemiológicas e terapêuticas. Material e Métodos: Foram selecionados e avaliados todos os prontuários de pacientes de hanseníase diagnosticados e tratados entre os anos 2000 e 2008, mediante registro na Unidade de Referência no município de Rondonópolis e no sistema nacional de agravos de notificação SINAN Ministério da Saúde). Para os períodos de 1994 a 1999, e 2009 a 2010, foram selecionados somente os prontuários de casos que tiveram mais de uma entrada no sistema. Os prontuários foram examinados para coleta de dados clínicos, laboratoriais e terapêuticos, e estes transcritos para formulários específicos. Os dados foram analisados por estatística descritiva. Resultados: No total, foram avaliados 1.863 prontuários (92,6% adultos e 7,4% menores de 15 anos), com idade média 38 anos, sendo 818 indivíduos tratados com esquema paucibacilar, 886 multibacilar e 158 com outros esquemas terapêuticos, sendo que 585 (31,4%) haviam apresentado episódios de reação tipo 1 ou tipo 2. A média dos índices baciloscópicos (IB) dos cortes histológicos foi 1,62. No período avaliado, 158 indivíduos foram tratados tratados com outros esquemas. Do total de indivíduos avaliados, 151 apresentaram reativação da hanseníase, 27,1% tinham sido tratados com PQT/PB, 20,5% com PQT/MB e 52,3% com outros esquemas. Dos 24/41 indivíduos que fizeram esquema PB, somente 8 eram recidivas verdadeiras, 16 reativaram como MB e 17 fizeram tratamento irregular. Dentre os 31 indivíduos que fizeram esquema MB, 16 recidivaram e 8fizeram tratamento irregular. A porcentagem real de recidivas foi 1,28% no período avaliado. Conclusão: Os pacientes apresentaram baixa porcentagem de recidivas, isto se deve à alta eficácia da PQT, no entanto, esta não foi suficiente para o controle da endemia no município de Rondonópolis. A persistência bacilar pode ter papel relevante na recidiva, uma vez que se esperava o número maior de recidivas por reinfecção em uma área de alta endemia. Portanto, apesar do serviço de referência estar bem estruturado ele não é suficiente para cobrir a atual demanda de diagnósticos de hanseníase e exames de contatos para controle da endemia no município.