JOVENS E ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS DE APROPRIAÇÃO DOS ESPAÇOS URBANO E VIRTUAL

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Cavalcante, Cláudia Valente
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas
BR
PUC Goiás
Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/1260
Resumo: Em decorrência de mudanças resultantes dos avanços tecnológicos no mundo, novos espaços de sociabilidade e formação estão se constituindo na sociedade. No campo informacional, em especial, o ciberespaço tem proporcionado novas possibilidades de interação e de comunicação e as comunidades virtuais estão se tornando cada vez mais populares entre os jovens. Este trabalho procura entender como jovens de camadas populares lidam com a Comunidade Virtual Jardim Novo Mundo e quais estratégias educativas e sociais utilizam para inserção no mundo digital e no real. Com base nos referenciais de Pierre Bourdieu, considera-se que as formas de perceber e apreciar o mundo diferem conforme a posição na estrutura social dos agentes sociais, cujos gostos e estilos de vida estão ligados a sua posição no espaço social. Para efeito analítico, faz-se uso do conceito de estratégia, que se refere à capacidade de o agente participar do jogo em diferentes campos sociais e à apropriação e/ou manutenção de distintas espécies de capital. A questão norteadora é saber como os jovens utilizam estrategicamente a comunidade virtual para elevarem os seus capitais tanto cultural como social. Em que medida essas estratégias podem ser consideradas estratégias educativas e sociais? Para responder à questão, foram utilizados questionário, entrevista online e observação de uma comunidade virtual que permitiram apreender a dinâmica e a forma de inserção sociocultural dos jovens e as representações sociais e práticas de uso da Internet. Os participantes da Comunidade Virtual Jardim Novo Mundo revelaram modos distintos de ser jovem: um grupo percebe a juventude como um tempo de aproveitar a vida e outra pela ausência dessa liberdade. A escola é percebida como um fator de mobilidade e aquisição de bens simbólicos. A trajetória escolar é descontínua, assim como dos seus pais. O trabalho é tido como uma atividade realizada para sobrevivência, A religião é importante para alguns jovens que a veem como arrimo e as igrejas como espaços de sociabilidade. Por estarem fora da escola, os jovens da pesquisa tentam manter-se inseridos no mundo sociocultural por meio da Internet, adquirindo capital cultural e social por meio de estratégias educativas individuais e coletivas. A Comunidade Jardim Novo Mundo representa o bairro dos jovens pesquisados e, para eles, é espaço de resistência, de contestação da imagem negativa veiculada pelas mídias. Também é um espaço de sociabilidade, de formação e de divulgação do seu trabalho, Em geral, os jovens acessam as redes sociais em lanhouses do bairro, lócus em que a aprendizagem colaborativa se efetiva. A compreensão das relações existentes entre juventude, escola, família, religião, trabalho e redes sociais, permite afirmar que os jovens pesquisados da Comunidade Jardim Novo Mundo, necessariamente, constroem estratégias educativas para manterem-se no mundo sociocultural.