A SENHORA LUZ, A SENHORA GUIA: NA FESTA O ENTRECRUZAR DA HISTÓRIA, RELIGIÃO E CULTURA POPULAR NA POVOAÇÃO DO BACALHAU - GO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Barbosa, Raquel Miranda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas e da Terra
BR
PUC Goiás
História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/2275
Resumo: Uma expressão cultural significativa para a identidade cultural dos moradores da região do Bacalhau é a festa de Nossa Senhora da Guia. Para entender as práticas religiosas introduzidas ali, procuramos compreender como e quando surgiu a povoação, percorrendo os contextos social, político e o econômico como vieses que se entrecruzaram. Vimos que os pioneiros oriundos do meio rural foram responsáveis pelos primeiros domicílios seguidos de outros moradores, sazonais ou não, que se instalaram, progressivamente, após a criação da barreira fiscal na segunda metade do século XIX. Discutimos sobre a modalidade recorrente na vida política da época, conhecida como coronelismo, que se estendeu ao Bacalhau. Esta comunidade era mais um instrumento de legitimação do poder das elites oligárquicas existentes em Goiás, interligadas àqueles que se destacaram como importantes para a constituição social da povoação. Enfatizamos os contrastes entre o poder político e o poder institucional ora influenciados pelos ideais romanizadores, vistos como sagrado e erudito, frente ao popular e profano já instalados entre as práticas religiosas oriundas do povo e incorporadas aos interesses políticos daquela época. Na Povoação do Bacalhau encontramos registros do fortalecimento dos leigos, geralmente pertencentes ao grupo dos mais favorecidos, controlando a festa e os rendimentos provenientes dela. Este elemento amplia a análise desta pesquisa, ao percebermos que estariam à frente destas atividades mulheres e, dentre elas, destacamos D. Alice Nascimento, guardiã das tradições religiosas do Bacalhau em uma circunstância que a não existência do templo poderia ameaçar a continuidade da festa e das tradições religiosas locais. Esta festa se ressignificou, social e politicamente, nos anos quarenta do século XX, trazendo à tona elementos que singularizam a identidade religiosa local.