Medicina, corpo, educação
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas BR PUC Goiás Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://localhost:8080/tede/handle/tede/683 |
Resumo: | O presente trabalho objetivou investigar o aparecimento do corpo na história da cultura ocidental, bem como as transformações daí decorrentes no contexto hospitalar, na experiência e no discurso dos profissionais da saúde a partir do final do século XVIII. Trata-se de uma pesquisa teórico-bibliográfica, embasada em Michel Foucault, especialmente na obra O Nascimento da Clínica (1963). Durante o desenvolvimento dessa pesquisa buscamos considerar, principalmente, o pensamento e a caixa de ferramentas utilizados por Foucault e outros interlocutores foucaultianos para compreender a Idade Moderna, a qual, conforme o autor, compreende a história da arqueologia do olhar médico. Refletimos sobre as transformações ocorridas no contexto hospitalar durante a transição entre a história da medicina/filosofia e medicina clínica/corpo, na França e no Ocidente, no final do século XVIII até a modernidade, mostrando que a doença moderna afetou o corpo e teve uma história de vida e morte. A Idade Clássica iniciou-se com a medicina das espécies. A doença era compreendida como uma entidade fora do corpo, como um quadro organizado e hierarquizado em famílias, gêneros. Foi classificatória e privilegiou o olhar superficial, não buscou encontrar o oculto e não desvelou segredos. Já na modernidade, séculos XIX e XX, a medicina adquiriu um conhecimento novo, com grandes descobertas. Era um novo mundo; foi a mudança do espaço da representação, do superficial, raso, para o espaço real, objetivo e profundo. Um momento especial da modernidade, segundo reflexão foucaultiana, foi quando o médico anatomista francês Bichat, por meio da abertura do cadáver, afirmou que a verdade da doença estava na morte. A anatomia do corpo permitiu à doença anunciar sua verdade no ver e ouvir, olhar e escutar. Objetos antes ocultos foram desvelados e interrogados por Foucault, tais como: a vida, a linguagem, o trabalho, o doente e o hospital. O olhar médico perpassou o interior do corpo doente, ditando algumas normas e regras ao doente e ao contexto médico/hospitalar. O pensamento moderno mostrou que a instituição hospitalar foi o lugar anunciado aos profissionais de saúde para desenvolvimento de suas experiências e seus discursos. A medicina foi a profissão que liderou as mudanças no campo da saúde e essas mudanças se refletiram às outras profissões da área hospitalar. Portanto, observou-se uma mudança nos discursos que se apresentaram discretamente, com novas formas que determinaram a ortopedia da saúde, da educação, da escola, do corpo, do contexto hospitalar e da formação do profissional de saúde. Michel Foucault analisou o que estava presente em cada discurso e em cada época, pois o discurso modificou-se; não é mais o mesmo. Já não há como negar que a experiência do olhar em profundidade gerou muitas mudanças e revolucionou a medicina. |