A LEITURA COMO EXPERIÊNCIA ESTÉTICA.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Aurora Neta, Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas
BR
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/718
Resumo: Este trabalho, inserido na linha de pesquisa Educação, sociedade e cultura, do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC/Goiás, busca discutir sobre a leitura. Toma-se a leitura como objeto da tese evidenciando duas dimensões que a constitui: a técnica e a estética, partindo-se da compreensão de que os eventos socias não devem ser naturalizados e que a realidade imediata, aparência do real, esconde realidades historicamente construídas que são justificadas ou ocultadas por formas de ver e pensar pautadas num continuum histórico. Assim, tem-se que a dimensão técnica se caracteriza como inteligível e configura-se pela relação que estabelece com o leitor a partir de sua essência linguística. Entende-se que essa conduz uma forma de ler que se liga ao prático e utilitário da leitura, com isso uma formação de leitor de mesma natureza. Na escola, esta dimensão tem sido enfatizada, daí ser bastante recorrente, o que a nosso ver se dá porque nesse espaço ainda há resquícios de uma visão mecanicista da educação, a qual se reflete, entre outros, no discurso presente em documentos que orientam o ensino e a aprendizagem escolar, no caso deste trabalho, especificamente sobre a leitura. Esses são enviados às escolas pelo MEC e Secretarias de Educação, tais como os que aqui são discutidos, a saber: as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006), a Matriz de Referência do ENEM (2014) e a Matriz de Avaliação de Leitura do PISA (2013). No contraponto, tem-se a dimensão estética da leitura, que se caracteriza como perceptiva, por isso mobiliza no leitor sua percepção, o ver, o sentir e o refletir numa dinâmica que passa pelo referente, mas nele não se esgota, suscitando no sujeito leitor outra forma de perceber e significar a leitura que lhe chega às mãos. A afirmação é de que cada uma dessas dimensões produz um movimento nos sentidos do leitor ao enfatizar determinados aspectos do processo de significação desta prática, com isso constrói-se um outro tipo de formação junto a este sujeito. Os fundamentamos do trabalho estão nas reflexões feitas por Walter Benjamin sobre experiência, história, memória e estética, bem como noutros estudiosos que discutem a temática em estudo por meio de um pensamento dialético. Ainda, articulam-se com a história da leitura e da formação de leitores. As ideias contidas na gama conceitual de Benjamin possibilitam repensar o porquê ou a lógica em que se assenta a ênfase na dimensão técnica da leitura na modernidade. Para se chegar a uma compreensão mais profunda da questão foi feita pesquisa qualitativa, tipificada como documental e bibliográfica. Com esta pesquisa, afirma-se que a dimensão técnica da leitura se efetiva na materialidade linguística e é percebida por meio de uma razão prática com vistas a respostas. No contraponto, a dimensão estética é percebida no movimento da percepção, do olhar, do sentir e vai além daquilo que o linguístico dá a ler, constituindo-se como experiência estética.