Educação, juventudes e participação política: os sentidos atribuídos pelos jovens à ocupação de escolas em Goiás entre 2015 e 2016.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cunha, João Batista Coelho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Formação de Professores e Humanidade::Curso de Pedagogia
Brasil
PUC Goiás
Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4380
Resumo: Esta investigação sociológica, vinculada à Linha de Pesquisa Educação, Sociedade e Cultura, do Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE da PUC Goiás, objetiva, com base nos métodos da sociologia reflexiva de Pierre Bourdieu (2001), examinar a participação política das juventudes no processo de ocupação de algumas escolas da rede estadual e federal de educação na região Metropolitana de Goiânia. Tem-se como objeto de pesquisa os sentidos atribuídos pelos jovens estudantes secundaristas aos processos de ocupação das escolas. Por meio da pesquisa quantitativa, abordou-se o perfil social do jovem, utilizando-se de instrumentos e técnicas de coleta das informações documentais. E a partir de abordagem qualitativa, realizaram-se entrevistas com os participantes e as análises dos dados coletados. Investigaram-se alunos egressos de escolas estaduais ocupadas, jovens entre 18 e 25 anos, que participaram ativamente das ocupações em suas respectivas escolas. Considera-se que as estruturas sociais do Estado moderno passaram por transformações que propiciaram o desenvolvimento do neoliberalismo e que a condição de crises educacionais não é apenas fruto de uma política local, mas, sim, de um plano geral de mudanças no regime de administração do Estado, que se utiliza de reformas para implementar novas formas de precarização, como é o caso das Organizações Sociais. Compreende-se que a juventude pobre, especificamente os jovens que participaram de movimentos de ocupação, constituem uma modalidade importante nos regimes de participação da juventude. A partir da sensibilização sobre as políticas de precarização da escola, os jovens definiram pautas de protestos e através das ocupações e com as mídias sociais, disputam a hegemonia política dos discursos, transformando as ocupações em um grande centro de resistência juvenil às políticas neoliberais na escola. Os jovens, a partir de suas próprias narrativas, analisam sua participação no movimento de ocupação e definem sobre como as ocupações impactaram nas formas de dar valor e significado às questões do mundo político, rompendo com as diversas formas de política tradicionais e elaborando um itinerário formativo específico nas ocupações. Concluiuse que os jovens participantes das ocupações obtiveram um maior interesse em participação na política social, inclusive a reconhecer a si como atores sociais importantes. As ocupações secundaristas conseguiram parar uma das reformas educacionais no Estado de Goiás, a implementação da terceirização das gestões escolares pelas Organizações Sociais. A partir da vivência nas ocupações, os jovens foram capazes de reconhecer as diversas forças na disputa de poder político, desenvolveram um sistema de organização formado por vínculos sociais fortes, construíram diversas estratégias para superar os ataques do Estado sobre suas demandas. A participação política nas ocupações juvenis teve um papel relevante de tornar seus participantes mais ativos na luta social, ao desenvolver nos ocupantes em um curto espaço de tempo uma formação intelectual, política e crítica de seus membros, os tornando seres humanos mais experientes e conscientes de suas condições reais de existência na sociedade