O guardião da Memória
Ano de defesa: | 2004 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ciências Humanas BR PUC Goiás Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em Gestão do Patrimônio Cultural |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://localhost:8080/tede/handle/tede/2279 |
Resumo: | A partir de uma pesquisa sobre a festa do Divino Espírito Santo realizada em Santa Cruz de Goiás, pequena cidade do interior do Estado, foi se delineando uma figura que se tornou tema e objeto desta dissertação. Centrando a discussão em patrimônio cultural, memória e identidade, identifiquei e nomeei o personagem que representa uma categoria nova: o GESTOR NATIVO. É sabido que a atividade exercida por este gestor sempre existiu e órgãos como a UNESCO e o IPHAN o reconheceram, ainda que com outras denominações. Conhecedor dos rituais, com uma visão própria, muitas vezes mordaz e crítica da sociedade em que vivia, não era detentor do poder político que lhe conferiria status, mas exercia um poder que emanava de sua reconhecida sabedoria, não erudita e não acadêmica. Manifestações culturais se mantiveram vivas porque dentro da comunidade existia este gestor que percebeu a importância do patrimônio cultural. Sua inconteste liderança e grande carisma, aliadas à capacidade de administrar pessoas e acontecimentos possibilitaram suas ações. Dentro de um universo simples, interiorano e sem recursos, realizou festas, comemorações e representações de grande riqueza cênica, desafiando atividades congêneres realizadas por eruditos citadinos. Pude comprovar estas características, testemunhando ao longo de mais de vinte anos de vivência nesta comunidade a maneira como era respeitado e seguido por todos. Interpretou e analisou não só a História como também a sua própria história e não permitiu que se perdessem documentos, músicas, ritos e costumes. A pessoa que incorporou este personagem foi Alberto da Paz. Sua história de vida remonta à sua ascendência de escravos e alcança os dias de hoje, quando cego, persiste atuando como gestor. Figura imprescindível em ensaios, cantorias, representações, em tudo afinal, é "o guardião da memória" que confere identidade a um povo. |