Construção identitária e políticas públicas: ancestralidade africana, açúcar e nutrição pela narrativa autobiográfica de uma educadora

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Paula, Luzia Maria de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15574
Resumo: Esta pesquisa teve por objetivo realizar uma narrativa autobiográfica de uma educadora, abordando o ensino da cultura afro-brasileira e africana a partir de uma perspectiva interdisciplinar e o tema transversal da educação alimentar e nutricional no currículo escolar, ambos assegurados por políticas públicas implementadas pelas Leis no10.639/03 e 13.666/18. Para efetivar tal objetivo, houve investigação através da narrativa histórica e da memória de ancestralidade africana da Autora, no sentido de mostrar como os africanos e seus descendentes participaram da formação da sociedade brasileira. Narrativa histórica pela qual nos participam que eles trouxeram costumes e hábitos, enriqueceram o vocabulário com palavras e expressões e tinham expertises próprias para o trabalho com culturas em solos tropicais, cujas capacidades foram exploradas especialmente para a produção do açúcar em nossas plagas desde o período colonial. Numa história de longa duração, o açúcar vem participando ativamente da nossa vida, mas seus efeitos são deletérios para a saúde - há evidências de que a presença dele na dieta está associada ao aumento do risco de várias doenças, incluindo a obesidade e outras doenças crônicas não transmissíveis. A despeito de sua compensação anímica é a memória afetiva que conecta o sabor doce à sensação de bem-estar, o que o torna para a nutrição um grande desafio. Trata-se de uma investigação que buscou entrelaçar políticas públicas e a construção identitária por meio de uma autobiografia, realizada para o Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, na linha de pesquisa Políticas Públicas, e grupo de pesquisa Política e Fundamentos da Educação. Assim, pelo estudo de uma determinada historiografia da formação do Brasil, centrada na escolha de autores que enfatizam a contribuição dos africanos na formação do povo brasileiro, foram delineadas e narradas como o despertar de uma identidade cultural que permite estabelecer junções de caráter histórico e biográfico, buscando entrelaçar e participar de uma educação antirracista e de uma educação alimentar e nutricional a ser ministrada em escolas. Nesse sentido, o cotejo das fontes bibliográficas com a memória e fatos vivenciados pela autora foi uma forma de possibilitar à narradora realizar análises críticas de políticas públicas das Leis mencionadas. Conclui-se que o caráter subjetivo das narrativas autobiográficas paradoxalmente tem capacidade para atribuir maior objetividade na implementação de políticas públicas no ambiente escolar.