O jogo-relacional de um grupo de pacientes psicóticos em atividade física: um estudo psicanalítico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Zago, Maria Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15878
Resumo: Esta pesquisa apresentou um jogo-relacional de um grupo de pacientes psicóticos em crise, que se reuniam para praticar atividades físicas fora do ambiente institucional. O objetivo desta pesquisa foi estudar a prática de atividades físicas como fator atenuante dos sintomas psicóticos segundo uma técnica aqui denominada de Grupo de Atividades Físicas. Investigando, nesse setting não convencional, a atividade grupal como elemento propiciador da percepção do outro enquanto objeto relacional, ou seja, um deslizamento da libido narcísica em direção à libido objetal. O grupo em questão era aberto, heterogêneo e misto quanto ao sexo. Os conceitos de Sigmund Freud e as concepções de grupanálise deram o entorno teórico a este estudo. Como caminho metodológico optou-se pela pesquisa qualitativa sob o olhar do método psicanalítico. Utilizou-se como instrumento uma técnica, aqui denominada de Grupo de Atividades Físicas, que compreendia três momentos principais: caminhada (de ida e volta do Serviço à Praça de Esportes da comunidade), atividade esportiva coletiva e fechamento simbólico da sessão. Para a análise dos resultados foi adotada a técnica de Análise de Conteúdo proposta por Mathieu. Conclui-se que a técnica utilizada, em seus diversos momentos, direcionou o grupo no sentido da organização psíquica. No decorrer das sessões, a dinâmica grupal foi dando notícia de um movimento de agregação, de tentativa de ser e ter corpo. A técnica aplicada gerou um ambiente que oportunizou a relação com o outro e, ao mesmo tempo, constituiuse num espaço elaborativo. O grupo transformou-se num espaço para se legitimar afetos, como por exemplo, a agressividade, que encontrou dentro do jogo uma possibilidade de expressão culturalmente aceita. A atividade grupal foi vista pelo grupo como algo que legou saúde, que pôde nutrir e trouxe vitalidade. Propiciou um cenário para o estabelecimento de processos de identificação, ao funcionar como elemento facilitador do contato intersubjetivo no aqui e agora. Dessa maneira, este setting não convencional agiu no sentido de atenuar os sintomas psicóticos, possibilitando ao sujeito a restauração dos laços com o mundo externo.