A experiência parental de casais homoafetivos: uma abordagem psicanalítica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ribeiro, Letícia Jóia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15794
Resumo: Diferentes configurações familiares têm surgido na esteira das transformações sociais nas relações interpessoais e familiares que marcam a contemporaneidade. Entre os novos arranjos familiares, a família homoparental é a que mais desafia o modelo hegemônico heteronormativo, uma vez que a capacidade parental dos pais acaba sendo associada à sua orientação sexual. Diante desse cenário de preconceito e discriminação, o objetivo desse trabalho foi investigar os sentidos afetivo-emocionais da experiência parental de casais homoafetivos. Partimos de uma abordagem qualitativa de pesquisa fazendo uso do método psicanalítico, tendo em vista seu potencial para acessar os sentidos da conduta humana. Como recurso investigativo foi utilizada uma Narrativa Interativa, história fictícia elaborada pela pesquisadora em torno do drama de um casal homoafetivo em suas primeiras experiências com a parentalidade. Seis casais homoafetivos com filhos, sendo três masculinos e três femininos, participaram deste estudo, sendo entrevistados em suas residências. Os encontros foram registrados sob a forma de Narrativas Transferenciais compondo com as Narrativas Interativas o corpus da pesquisa. A análise do material narrativo resultou em dois campos de sentidos afetivo-emocionais, além de um subcampo, os quais traduzem dramaticamente a experiência parental dos participantes. O campo “Que família é essa?” comunica o estranhamento que a família homoparental desperta no outro em decorrência de uma visão social heteronormativa, enquanto o campo “A gente dá conta” aborda as produções dos participantes que fazem referência à capacidade pessoal para o exercício da parentalidade, assim como o desafio apresentado pelo terceiro que está implicado na concepção do(a) filho(a) do casal. O subcampo “O amor tudo cura” acrescenta um elemento de esperança ao projeto parental, além de situar a parentalidade em termos de vinculação afetiva e não conforme laços de consanguinidade. Ainda presos à lógica heteronormativa, os casais homoafetivos exploram possibilidades de exercer a parentalidade de modo criativo e espontâneo sem que a busca de aceitação social se converta em submissão do self.