Concepções sobre alfabetização: um estudo com professoras dos anos iniciais do ensino fundamental no contexto da pandemia de Covid-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Passos, Ana Vitória Bonatti
Orientador(a): Tassoni, Elvira Cristina Martins
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16797
Resumo: Em março de 2020 o Brasil foi assolado pelo SARS Cov-2, popularmente denominado Coronavírus, causando a Covid-19. Em virtude deste acontecimento, diversas medidas precisaram ser tomadas, incluindo o isolamento social. As escolas fecharam as suas portas e o ensino remoto emergencial precisou ser implementado. Nesse viés, esta pesquisa insere-se na Linha de Pesquisa “Formação de Professores e Práticas Pedagógicas” e seu objeto de estudo é a alfabetização durante a pandemia da Covid 19. Assim, a questão problema que norteou o estudo foi: quais experiências de leitura e de escrita as crianças viveram no contexto remoto e como essas experiências têm sido consideradas, tendo em vista o processo de alfabetização no retorno às aulas presenciais? A partir desta questão, a pesquisa teve por objetivo geral identificar as possíveis relações entre alfabetização e letramento, levando em consideração o trabalho com a leitura e com a escrita realizado por professoras do ciclo de alfabetização durante o ensino remoto, retorno parcial e total às aulas presenciais. Os objetivos específicos são: (i) conhecer o trabalho realizado com a leitura e com a escrita no ensino remoto, retorno parcial e total às aulas presenciais; (ii) identificar as concepções de linguagem que embasam o trabalho das professoras; (iii) relacionar as concepções e as práticas das professoras com o disposto na Política Nacional de Alfabetização (PNA). O método caracteriza-se por uma abordagem qualitativa e o instrumento escolhido para a produção do material empírico foi a técnica de grupo focal. Participaram da pesquisa cinco professoras que atuam em diferentes escolas municipais do interior do estado de São Paulo. Os resultados mostraram que o tempo de resposta de cada prefeitura variou significativamente. Algumas, logo após a suspensão das aulas presenciais iniciaram as primeiras orientações para o início do ensino remoto. Outras levaram mais tempo, acarretando um distanciamento entre as famílias e as professoras, o que gerou muita insatisfação de ambos os lados. As dificuldades de conectividade e de interatividade, em virtude da escassez de equipamentos de boa parte das famílias levou a um baixo retorno dos alunos. Em relação à volta parcial às aulas, iniciou-se em diferentes períodos, a depender da organização de cada município. Nesse modelo, a turma era dividida em dois ou três grupos de alunos, que alternavam a ida à escola com as atividades remotas. O retorno 100% presencial aconteceu em algumas redes no final de 2021 e, em outras, no início de 2022. Os maiores desafios enfrentados pelas professoras nesse retorno referem se a problemas de socialização entre os alunos, organização do caderno e irregularidade em relação à assiduidade da turma. O número elevado de faltas comprometeu o andamento no processo de alfabetização. Sobre as experiências de leitura e de escrita, foram apresentadas em eixos, tomando como referência as práticas de linguagem: oralidade, leitura, produção escrita e análise e reflexão linguística. Consideramos importante destacar que as docentes buscaram contemplar a alfabetização em uma perspectiva de letramento, mesmo durante o ensino remoto. Isso ocorreu pela concepção de linguagem que norteia o trabalho das delas: a leitura e a escrita baseada na construção de sentido e de significado por parte dos alunos.