A Espiritualidade Inaciana como fenômeno de valorização da subjetividade e interioridade humana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Melo, Marcos Antonio Radaelli de
Orientador(a): Mariani, Ceci Maria Costa Baptista
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/17153
Resumo: A presente pesquisa toma como objeto de investigação a espiritualidade proposta por Santo Inácio de Loyola, que viveu no século XVI, em pleno período conhecido como Renascimento, marcado por profundas transformações. Seu referencial são os Exercícios Espirituais (EE), uma proposta metódica e sistemática para um retiro compreendido em quatro semanas, durante as quais o exercitante é orientado por uma pessoa perita para ajudá-lo em cada etapa. Este trabalho tem como objetivo demonstrar se e como a espiritualidade inaciana, considerada um fenômeno religioso-espiritual no referido período, valoriza a subjetividade e interioridade humana, consideradas elementos característicos de sua mística, em vista de uma maior comunhão com Deus, na conceção cristã católica. Tomando como método a fenomenologia contemporânea de Juan Martín Velasco, e partindo do ambiente cultural, eclesial e espiritual da renascença, impregnados das heranças antigas e medievais do pensamento filosófico-teológico, a pesquisa traça o perfil da antropologia da referida espiritualidade, demonstrando, fenomenologicamente, a partir da vida de seu criador e da dinâmica interna dos EE, como sua mística supõe elementos da própria ontologia humana. Dessa maneira, é possível traçar um caminho que parte da descrição do fenômeno que, embora complexo, tem como referência, para delimitação, o próprio objeto, considerando a diversidade histórica e cultural que o envolve. Dessa forma, o referido fenômeno, temporalmente situado, possui elementos próprios da Idade Média que já sinalizam para a posterior Idade Moderna, de modo que foi possível traçar seu perfil antropológico, a partir de elementos presentes na filosofia e teologia medievais, sobretudo tomasiana. Estas correlações, enfim, demonstraram que a mística inerente à proposta inaciana tem como critério o que os cristãos católicos denominam como “graça divina”, sem, no entanto, rechaçar a própria ontologia humana no estabelecimento de uma relação íntima com o mistério, sobretudo na valorização da subjetividade e sua interioridade.