Tratamento cirúrgico do megaesôfago avançado: uma revisão sistemática e metanálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Chaib, Paulo Sérgio
Orientador(a): Tedrus, Gloria de Almeida Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16942
Resumo: Introdução: O megaesôfago avançado predispõe riscos clínicos de desnutrição, broncoaspiração, infecções e neoplasias, além de impacto significativo na qualidade de vida. Tem seu tratamento definitivo realizado preferencialmente através de cirurgia. Não há um consenso atual na literatura ante a melhor opção de tratamento cirúrgico do megaesôfago avançado, embora haja predileção pela esofagectomia, cirurgia de significativa morbi-mortalidade associada. Outras modalidades cirúrgicas têm sido propostas, com bons resultados, como a mucosectomia esofágica e a cardiomiotomia laparoscópica à Heller. Objetivo: Esse estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática com metanálise da literatura acerca do tratamento cirúrgico do megaesôfago avançado. Métodos: As bases de dados utilizadas foram PubMed, Lilacs, Embase e MedLine, além de pesquisas de referências relacionadas. Os critérios de inclusão foram: estudos com casuísta de 8 ou mais casos de pacientes, acima de 18 anos, portadores de megaesôfago avançado, tratados definitivamente por cirurgia; estudos publicados nos últimos 10 anos, nas línguas português, inglês ou espanhol. Os critérios de exclusão envolviam relatos de casos, cartas, revisões sistemáticas, metanálises, modelos animais e estudos sem texto completo. Os artigos foram selecionados por dois revisores independentemente. Resultados: Foram selecionados 14 artigos no total, que incluiram 1.862 pacientes. Os estudos foram divididos em dois grupos similares: cardiomiotomia laparoscópica com fundoplicatura (6 artigos; 213 pacientes) e cirurgias maiores (9 artigos; 1.649 pacientes; modalidades: esofagectomia subtotal, esofagectomia minimamente invasiva, mucosectomia esofágica, esofagocardioplastia de Serra-Doria). A metanálise incluiu 13 artigos, com 686 pacientes. As plataformas Review Manager e GRADEpro GDT foram utilizadas para análise estatística. A análise do risco de viés foi realizada a partir da plataforma ROBINS-I. Foram realizadas análises comparativas entre tipo de estudo, idade, sexo, classificação da acalásia, complicações/morbidade, mortalidade, tempo de internação, tempo de seguimento e desfechos tardios. Para a metanálise, foi realizada uma análise comparativa entre morbidade/complicações e mortalidade x desfechos tardios considerados bons ou excelentes, para ambos os grupos. Discussão: Os estudos analisados evidenciam que ambos os grupos apresentaram resultados semelhantes quanto ao desfecho tardio, considerado majoritariamente bom ou excelente, no entanto, houve significativa morbimortalidade associada ao grupo de cirurgias maiores. O risco relativo de complicações/morbidade para o grupo de cardiomiotomia foi de 0,05 contra 0,49 do grupo cirurgias maiores. No desfecho mortalidade, o risco relativo foi de 0,03 contra 0,05. Ressalta-se que o grupo cardiomiotomia teve significativamente menor número de pacientes avaliados e menor tempo de seguimento para avaliação de desfechos tardios. Conclusão: Conclui-se que a cardiomiotomia laparoscópica à Heller com fundoplicatura pode ser realizada a pacientes portadores de megaesôfago avançado, com taxas de complicações e mortalidade reduzidas frente às cirurgias maiores, porém, com ressalvas quanto ao desfecho tardio a longo prazo. Ainda assim, as cirurgias maiores ainda apresentam significativo papel no tratamento das recidivas e de casos especificamente individualizados.