Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Santos, Joana Paula Gentil dos |
Orientador(a): |
Ferreira, Daniele Bittencourt |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade da Força Aérea (UNIFA)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/846505
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Resumo: |
Esta Revisão Sistemática teve como objetivo identificar os fatores estressantes no desenvolvimento da atividade militar e as evidências das consequências físicas, psicológicas e ocupacionais do esgotamento profissional em militares das Forças Armadas e Forças Auxiliares. As bases de dados PubMed, Lilacs, Pepsic, Science Direct, PsycAPA, Scopus, Web of Science, CINAHAL, SportDiscus e Cochrane foram pesquisadas no período entre 01 de dezembro de 2021 e 14 de março de 2022, sem restrição de idioma ou data. As diretrizes de Redação de Revisões Sistemáticas e Meta-Análises foram seguidas segundo a recomendação PRISMA. Foram incluídos estudos transversais e de coorte que analisaram o estresse psicológico como condição de exposição. Dos 1.523 artigos identificados inicialmente, 34 atenderam aos critérios de inclusão e foram avaliados quanto ao risco de viés e qualidade metodológica. De modo geral, as variáveis sociodemográficas mais associadas ao estresse e à perda de produtividade laboral foram idade, gênero feminino, ser solteira (o), ter filhos e nível de escolaridade mais baixo.Entre os fatores laborais estressores destacam-se a rigidez hierárquica, os processos de tomada de decisão, as transferências e destacamentos frequentes, equipe insuficiente, sobrecarga e longas jornadas de trabalho com alto nível de responsabilidade. Níveis mais elevados de estresse foram encontrados entre militares de postos e graduações inferiores. O conflito e a ambiguidade de papéis foram positivamente correlacionados ao estresse, assim como menos tempo de serviço, pouca atividade física e distanciamento geográfico de familiares.As implicações do estresse no trabalho foram significativamente relacionadas à diminuição da produtividade e capacidade de cumprir prazos, ao aumento dos erros, acidentes, absenteísmo e conflito entre colegas e com supervisores. Considerando as implicações do estresse na saúde física, problemas no sistema digestivo, nervoso, musculoesquelético e tegumentar, além de repercussão nos sentidos da visão, audição e fala foram associados ao sofrimento psíquico. Os efeitos psicológicos mais prevalentes foram insônia, ansiedade, sintomas somáticos e depressivos, isolamento social, aumento no uso de medicamentos e atendimentos em saúde. As limitações transcenderam o ambiente laboral e impactaram também a vida social dos militares, com sentimentos de dever contínuo e falta de compreensão da família e amigos sobre a atividade. Em conclusão, vários estudos de alta qualidade mostraram consequências físicas, psicológicas e ocupacionais do esgotamento profissional. Os impactos individuais, sociais e laborais do adoecimento psíquico evidenciam a necessidade de intervenções preventivas e identificação precoce dessa condição de saúde no ambiente de trabalho das organizações militares, assim como suscitam a necessidade de pesquisas robustas, precisas e psicometricamente sólidas de avaliação do desempenho operacional, de modo a contribuir para maior eficiência e produtividade militar. |