Estruturação das comunidades bentônicas, fauna associada e potencial anti-incrustante dos corais invasores Tubastraea spp. (Cnidaria: Dendrophylliidae) em Arraial do Cabo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Araújo, Priscila Ribeiro de
Orientador(a): Ricardo Coutinho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/846418
Resumo: As bioinvasões marinhas constituem uma ameaça aos ecossistemas costeiros, pois as espécies invasoras podem alterar a composição e dinâmica das comunidades invadidas. Porém, as interações entre espécies exóticas e nativas são complexas e há uma grande dificuldade para estimar os reais impactos das espécies invasoras sobre as comunidades nativas. A expansão das áreas de ocorrência e abundância dos corais invasores Tubastraea spp. para a costa brasileira tem causado grande preocupação devido colocar em risco a biodiversidade marinha. No presente estudo, abordamos a interação de Tubastraea spp. com as comunidades invadidas da Baía do Arraial do Cabo (BAC), Rio de Janeiro, e investigamos o seu potencial de anti- incrustante. Desse modo, foi (1) acompanhada em campo a colonização de Tubastraea spp. e a sua influência na comunidade bentônica ao longo de cinco anos em áreas com Baixa (BI) e Alta (AI) infestação desse coral invasor; (2) caracterizado os macrobentônicos associados às colônias de Tubastraea coccinea e de Tubastraea sp. e; (3) avaliada a variação espaço-temporal no potencial anti-incrustante dos extratos brutos de T. coccinea contra micro e macroincrustantes marinhos. A abundância de Tubastraea spp. nas comunidades invadidas foi muito baixa em comparação as espécies nativas e, assim como a composição e a abundância dos organismos bentônicos, no geral, não variaram significativamente ao longo dos cinco anos de experimento ou entre as áreas com BI e AI. Os índices de riqueza, diversidade e equitabilidade das espécies bentônicas, ou não apresentaram diferenças entre os tempos amostrais e entre áreas com BI e AI, ou foram mais elevadas na área com AI e com o transcorrer do tempo. Foram registrados cinco filos associados a Tubastraea spp.: Annelida, Mollusca, Arthopoda, Echinodermata e Platyhelminthes. Tubastraea coccinea apresentou maior abundância, riqueza e diversidade de espécies em comparação a Tubastraea sp.. A maioria dos organismos macrobentônicos associados foram de endobiontes. No geral, foi registrada uma maior abundância e riqueza de táxons nativos associados à Tubastraea spp.. Foi identificado um processo de facilitação entre Tubastraea spp. com o mexilhão exótico Leiosolenus aristatus. Os extratos brutos de T. coccinea apresentaram ação anti-incrustante contra os microincrustantes, inibindo o crescimento de bactérias formadoras do biofilme, porém não apresentaram efeito significativo contra o macroincrustante, o mexilhão Perna perna. Foi detectada variação espaço-temporal na atividade anti-incrustante dos extratos de T. coccinea. Não houve um padrão de inibição nos extratos de colônias de T. coccinea coletadas em quatro costões rochosos. Entretanto, nos extratos provenientes de coletas de T. coccinea em três períodos amostrais distintos, houve melhor atividade anti-incrustante para os de Abril e Agosto, em detrimento aos de Dezembro