INFLUÊNCIA DO TABAGISMO NA ATIVIDADE DA DOENÇA E NA RESPOSTA AO TRATAMENTO DA ARTRITE REUMATOIDE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SANTOS, LUCIANA CAROLINA DA SILVA ISHIKAWA CÉZAR
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.pgsskroton.com//handle/123456789/31231
Resumo: A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória, sistêmica, crônica e progressiva que acomete principalmente a membrana sinovial das articulações periféricas, em especial, punhos, mãos, tornozelos e pés. Embora sua etiologia permaneça desconhecida, vários estudos sugerem que fatores genéticos, ambientais, hormonais e infecciosos participem na expressão e ocorrência da AR. Inúmeros fatores de risco ambientais têm sido estudados, mas até o momento, o fator de risco ambiental mais proeminente para o desenvolvimento de AR é o tabagismo. Este estudo teve como objetivo avaliar a influência do tabagismo na atividade da doença em pacientes com artrite reumatoide, assim como sua influência na resposta ao tratamento. Trata-se de um estudo de coorte observacional com dados do Registro Brasileiro de Monitorização de Terapias Biológicas (BiobadaBrasil), de janeiro de 2010 novembro de 2019, abrangendo pacientes com diagnóstico de artrite reumatoide em uso de biológicos. O hábito do tabagismo, grau de atividade de doença (avaliado pelo Disease Activity Score 28 DAS28) e tipo de terapia biológica em uso foram registrados na consulta inicial. No seguimento foram registrados os motivos de suspensão da terapia e os eventos adversos. Considerou-se diferença estatisticamente significativa quando p<0,05 no teste bicaudal e todas as análises foram realizadas por meio do software Stata 13.0 (College Station, Teas, EUA). Foram avaliados 1980 pacientes, com idade média de 43,43 anos (IC95%, 42,89-43,98), sendo a maioria do sexo feminino (85,25%). Duzentos e noventa e dois pacientes (14,75%) eram tabagistas. Na avaliação inicial, 1.812 pacientes (91,52%) apresentaram moderada ou alta atividade da doença, de acordo com o DAS-28. O DAS-28 mediano no início do seguimento foi igual a 5,2 (IQR, 4,2-6,2), sem diferença estatística (p=0,70) entre os tabagistas (5,1; IQR, 4,2-6,2) e não tabagistas (5,2; IQR, 4,2-6,2). Foi observada uma média de 4,41 eventos adversos durante todo o tempo de seguimento (IC95%, 4,17-4,64) e os indivíduos tabagistas (4,74; IC95%, 4,15- 5,33) apresentaram uma frequência estatisticamente maior e significante (p=0,03) que os não tabagistas (4,33; IC95%, 4,01-4,59). O tempo mediano entre o início do tratamento e um primeiro evento adverso foi igual a 78,66 meses (IQR,22,66-172,58), sendo menor e estatisticamente significante (p=0,02) entre os indivíduos tabagistas (65,75; IQR 19,58-144,00) quando comparados com os não tabagistas (81,16; IQR, 28,58-177,16). Neste estudo o hábito tabágico não influenciou na atividade da doença quando do início da terapia biológica, porém aumentou o risco de eventos adversos em pacientes com AR em tratamento com estas terapias.