Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Édipo Henrique Cremon |
Orientador(a): |
Dilce de Fátima Rossetti |
Banca de defesa: |
Evlyn Márcia Leão de Moraes Novo,
Márcio de Morisson Valeriano,
Francisco Sergio Bernardes Ladeira,
Edvard Elias de Souza Filho |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação do INPE em Sensoriamento Remoto
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
BR
|
Resumo em Inglês: |
Previous works proposed that before flowing southward into the Negro-Amazon Rivers, the Branco River had a southwest to northeast course into the Caribbean Sea, which is a hypothesis that needs to be further tested. The present work aimed to reconstitute the geological and geomorphological history in the Quaternary the Branco River in a climatic and tectonic context. Based on integration of remote sensing data deriving from optical images, synthetic aperture radar and digital elevation model, added by cartographic and gravity data allowed to perform: the geomorphological mapping; the analysis of lineament, anomalies and indexes morphostructural aiming characterization tectonics; the morphodynamic analysis of the lower reach of the Branco River; and, as geological data, sedimentological and geochronological analysis of fluvial deposits based on radiocarbon dates and optically stimulated luminescence (OSL) in quartz grains. The river valley is incised into fluvial sedimentary units given by Içá Formation displaying ages between 100 and 250 ky (thousand years), which record fluvial sedimentation compatible with meandering channel. The valley fill includes two alluvial plain units. First aggradation phase was between 18.7 ky (OSL age) and 7,592 - 7,754 cal yrs BP (calibrated years before present), and built the upper alluvial plain. Before 5,075 - 4,956 cal yrs BP, this unit has gone through incision, followed by aggradation of the lower alluvial plain which has sedimentation to the current days. The confirmation of alluvial agradation during the Last Glacial Maximum (LGM) and not observation sedimentary load change between UMG and Tardiglacial show a little climatic influence on the development of the Branco River in this time interval. Morphostructural analysis revealed that the alluvial valley of the Branco River truncates megafan residual deposits (i.e., Caracaraí Megafan). This suggests the mega-capture of the current Branco River drainage to the Amazon basin since the late Pleistocene, a process that led to the abandonment of the megafan. Based on morphostructural lineaments, it is possible to suggest predominance efforts with NW-SE orientation, followed by N-S efforts. Structures with these directions control the arrangement of the current drainage network. On the other hand, the climate began to have influence on the fluvial dynamics of the Branco River only from the Holocene. Morphodynamic and sedimentological analysis indicates relative current stability of the Branco River, with low lateral mobility of its banks and islands. These represent residual features of the floodplain resulting from avulsion process locally since the late Holocene or were formed by bars stabilizations. Integrated approach presented in this work can assist in the reconstruction of the geological history of many other tributaries of the Amazon, which may contribute to unravel when and how the drainage basin of the Amazon became established in space and time. |
Link de acesso: |
http://urlib.net/sid.inpe.br/mtc-m21b/2016/06.14.17.12
|
Resumo: |
Trabalhos prévios propõem que o rio Branco, localizado no norte da Amazônia, antes de fluir para sul em direção aos rios Negro-Amazonas, tinha drenagem orientada de sudoeste para nordeste em direção ao Mar do Caribe. Entretanto, os dados disponíveis são ainda insuficientes para comprovar essa hipótese. O objetivo deste trabalho foi reconstituir a história geológica e geomorfológica quaternária do rio Branco em um contexto climático e tectônico. Para isso, foi necessário a integração de dados de sensoriamento remoto advindos de imagens óticas, radar de abertura sintética e modelo digital de elevação, além de dados cartográficos e gravimétricos. Esse conjunto de dados permitiu: o mapeamento das formas de relevo; a análise de lineamentos, anomalias e índices morfoestruturais visando caracterização tectônica; a análise morfodinâmica do curso inferior do rio Branco; e a análise sedimentológica e geocronológica dos depósitos fluviais baseada em datações por radiocarbono e luminescência opticamente estimulada (LOE) em grãos de quartzo. Os resultados revelaram que entre 100 e 250 ka (mil anos), a região estudada foi dominada por sedimentação fluvial compatível com canais meandrantes, registrada pelo embasamento sedimentar da Formação Içá. O preenchimento do vale aluvial do rio Branco é representado por duas unidades aluviais. A primeira fase de agradação sedimentar ocorreu entre 18,7 ka (idade LOE) e 7.592 - 7.754 anos calibrados AP (antes do presente), e formou a planície aluvial superior. Antes de 5.075 - 4.956 anos calibrados AP, essa unidade passou por incisão, seguida pela agradação da planície aluvial inferior que possui sedimentação até os dias atuais. A constatação de agradação aluvial durante o Último Máximo Glacial (UMG) e a não constatação de mudança de carga sedimentar entre o UMG e o Tardiglacial evidenciam a pouca influência climática no desenvolvimento do rio Branco nesse intervalo de tempo. A análise morfoestrutural revelou que o vale aluvial do rio Branco trunca depósitos residuais de um megaleque (i.e., megaleque Caracaraí). Isto sugere a mega-captura de drenagem do atual rio Branco para a bacia amazônica desde o final do Pleistoceno, processo que levou ao abandono do megaleque. Com base nos lineamentos morfoestruturais, é possível sugerir predomínio de esforços com orientação NW-SE, seguido por esforços N-S. Estruturas com esses direcionamentos controlam a disposição da rede de drenagem tributária atual. Por outro lado, o clima passou a ter influência na dinâmica fluvial do rio Branco somente a partir do Holoceno. A análise morfodinâmica e sedimentológica indica relativa estabilidade atual do rio Branco, com baixa mobilidade lateral de suas margens e ilhas. Estas representam feições residuais da planície aluvial resultantes de processos avulsivos locais desde o Holoceno tardio ou foram formadas pela estabilização de barras fluviais. A abordagem integrada apresentada neste trabalho pode auxiliar na reconstrução da história geológica de muitos outros afluentes da Amazônia, o que pode contribuir para desvendar quando e como a bacia de drenagem amazônica tornou-se estabelecida no espaço e no tempo. |