Ecofisiologia de rebrotas de Bertholletia excelsa Bonpl. em plantio florestal submetido ao desbaste

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Fortes, Saine Leonam Kador
Orientador(a): Gonçalves, José Francisco de Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5146
http://lattes.cnpq.br/5988861138922862
Resumo: A espécie Bertholletia excelsa tem importância econômica e social na Região Norte. Somada a várias características de desempenho desta espécie, estudos demonstram o potencial da mesma para composição de plantios florestais. Recentemente, alguns trabalhos científicos destacam sua capacidade de emitir rebrotas, característica que possibilitaria, dependendo do vigor e medidas silviculturais, o restabelecimento pelo sistema de talhadia. Este sistema pode ser interessante por evitar custos e adicionais problemas, como predação por roedores que se alimentam do endosperma presente nas mudas desta espécie. Nesta condição, pesquisas sobre a influência de fatores físicos do meio no desempenho de crescimento e características ecofisiológicas de rebrotas de Bertholletia excelsa são importantes para obtenção de melhores resultados em sua condução. Em geral, trabalhos destacam a relevância de fatores genéticos ou fisiológicos, operacionais e ambientais, determinantes para o sucesso da talhadia. Assim, este estudo teve como objetivo investigar o crescimento acima do solo e as características funcionais foliares de rebrotas de Bertholletia excelsa crescendo no sub-bosque de um plantio sobre o efeito dos seguintes fatores: I) diâmetros das cepas; II) gradientes de luminosidade - Irradiância fotossinteticamente ativa (PAR) e III) progressão da estação seca em um ano de El Niño em interação com o tratamento de desbrota. Para tanto, visando analisar o efeito dos fatores I e II, mediu-se biometricamente todas as cepas e rebrotas em um plantio florestal desbastado, em um total de 251 cepas, estas quando ausentes (rebrotas) foram classificadas como mortas, posteriormente, realizou-se o sorteio de quatro cepas por classe de diâmetro, com amplitude entre classes de cinco centímetros e amplitude total de zero a trinta centímetros, com independência entre o diâmetro das cepas e o irradiância fotossinteticamente ativa e do diâmetro das cepas com a altura das cepas. Foram mensurados os níveis de irradiância fotossinteticamente ativa sobre as copas das rebrotas, massa foliar específica (MFE), teores de nutrientes foliares, potencial hídrico foliar, trocas gasosas foliares e fluorescência da clorofila a. Para o fator III, foram sorteadas cepas amostras com mesmo número de rebrotas (3 brotos), similares quanto altura média e diâmetro médio das rebrotas e sobre cepas de diâmetro entre 6 e 10 centímetros. Essas amostras foram submetidas a desbrota, compondo os tratamentos T1 (1broto), T2 (2 brotos) e T3 (3 brotos). Nestas mensurou-se a altura e diâmetro das rebrotas nos meses de julho, outubro e dezembro, as características funcionais foliares (massa foliar específica, teores de nutrientes foliares, potencial hídrico foliar, trocas gasosas, fluorescência e pigmentos cloroplastídicos) foram obtidas nos mesmos meses da biometria em um ano caracterizado como de El Niño. O diâmetro das cepas esteve relacionado negativamente com a sobrevivência e positivamente e não linear com o número de rebrotas, crescimento, taxa de fixação de carbono, condutância estomática, área foliar e MFE. O teor de N e Fe ambos na base de massa tiveram relação linear com o diâmetro das cepas. Enquanto a irradiância fotossinteticamente ativa sobre a copa das rebrotas teve relação crescente e não linear com o crescimento acima do solo e teor de fósforo (base da área) e linear com área foliar e massa foliar específica, teor de N (base da área), fixação de carbono e condutância estomática. No experimento III, em outubro ocorreu aumento dos teores de P, N e K em relação a julho como possível resposta da ontogenia foliar e da relação chl a/chl b como possível resposta a maior irradiância. A progressão da estação seca resultou em menor crescimento acima do solo no período de outubro a dezembro em relação aos períodos anterior (julho a outubro), menor condutância estomática, concentração interna de carbono, fixação de carbono e aumento na eficiência intrínseca no uso da água no mês de dezembro, redução dos teores de N e P e manutenção dos teores de K, como possível resultado da menor disponibilidade de água no solo. O tratamento de desbrota não resultou em ganhos significativos em altura e diâmetro do broto dominante e características funcionais foliares e não interagiu com a progressão da estação seca. Diante do exposto, conclui-se que o diâmetro das cepas, níveis de irradiância e mudanças moduladas pela progressão do período seco nos últimos meses de medição interferem nas repostas de crescimento, condicionadas por características funcionais foliares e devem ser consideradas para condução de rebrotas Bertholletia excelsa crescendo no sub-bosque de um plantio após o desbaste.