O aporte de poeira do Saara aos aerossóis na Amazônia Central determinada com medidas in situ e sensoriamento remoto
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Clima e Ambiente - CLIAMB
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12645 http://lattes.cnpq.br/2370184821179050 |
Resumo: | A Amazônia, durante a estação chuvosa, recebe aportes de poeira provenientes do deserto do Saara, que é a maior fonte de poeira do solo global. Esporadicamente, essa poeira que chega na Amazônia é acompanhada de aerossol de queima de biomassa proveniente da região do Sahel. Este transporte transatlântico pode atuar a longo prazo no fornecimento de nutrientes essenciais para a floresta, como fósforo. Neste trabalho identificamos os eventos e quantificamos os aerossóis transportados para a Amazônia a partir do norte da África pelos ventos alísios. Investigou-se a composição elementar dos aerossóis a partir de medidas continuas e de longo prazo em três sítios na Amazônia Central, ao norte da cidade de Manaus, estado do Amazonas. A partir de uma extensa e diversificada base de dados foi possível determinar a concentração elementar de aerossóis de poeira do deserto do Saara e black carbon (BC) do Sahel, a partir da écnica de Particle Induced X-ray Emission (PIXE) e fluorescência de raios X por energia dispersiva (EDXRF) aplicada aos filtros obtidos em uma região de floresta (ZF2). Também utilizou-se medidas de longo prazo da espessura ótica de aerossóis (AOD) usando medidas de dois fotômetros solares da Rede NASA/AERONET na região central da Amazônia. Aerossóis também foram analisados através de medidas de absorção e espalhamento de radiação visível pela técnica de Matriz Å ngström. Foram ainda utilizados produtos de medidas de sensoriamento remoto obtidos pelo sistema NASA-Giovanni, além de modelagem de transporte com o sistema HYSPLIT. Observou-se forte sazonalidade no aerossol, e que a presença de material particulado grosso é predominante na estação chuvosa, apresentando um raio volumétrico médio que varia entre 1 e 8 μm, e este contribui com até 78% da AOD em 500 nm. A maior predominância do aerossol de poeira se mostra neste mesmo período, apresentando uma concentração de 204 ± 604 ng/m 3 , e sendo identificados, a partir de 141 pares de filtros, 60 eventos de forte aporte de poeira entre 2008 e 2015, o que representa 85% dos elementos traços de poeira identificados. O BC na estação chuvosa apresenta baixas concentrações, com média de 265 ± 250 ng/m 3 , e apresenta concentrações mais altas nestes eventos. O parâmetro de Å ngström de espalhamento e absorção foi obtido para as amostras de aerossóis, tendo nos episódios de transporte de poeira, valores de espalhamento ≤ 0,50 e absorção de ≥ 1,11. As análises de retrotrajetórias e produtos de satélite obtidos com o sensor MODIS do Terra confirmam que a origem das massas de ar são realmente o Saara e Sahel. A partir desses resultados pode-se concluir que as maiores frequências do aporte de poeira durante a estação chuvosa ocorrem entre meados de janeiro a maio e o forte aporte de poeira tem uma contribuição média de 14,6% da massa total medida, e sua deposição. |