Os efeitos dos aerossóis e nuvens sobre o fluxo de CO2 na Amazônia Central e em Rondônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Glauber Guimarães Cirino da
Orientador(a): Netto, Paulo Eduardo Artaxo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Clima e Ambiente - CLIAMB
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12601
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4213817H8
Resumo: Este trabalho estudou a influência de aerossóis e nuvens sobre a fixação líquida de carbono (Net Ecosystem Exchange - NEE) por ecossistemas de floresta primária de Rondônia e da Amazônia Central. Avaliou-se o impacto dos aerossóis sobre alguns dos principais fatores ambientais que afetam diretamente a atividade fotossintética dos vegetais, como a temperatura do ar e umidade relativa. Um algoritmo de irradiância de céu-claro foi desenvolvido e utilizado para determinar a irradiância relativa (f), utilizada para quantificar a radiação solar extinta (absorvida e espalhada) devido à presença de aerossóis e nuvens na atmosfera. As medidas de profundidade óptica de aerossóis foram realizadas com o sensor MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) (a bordo dos satélites AQUA e TERRA), validadas previamente com medidas de fotômetros solares da rede NASA/AERONET (Aerosol Robotic Network). Os fluxos de carbono foram medidos por meio de técnicas de vórtices turbulentos (eddy-correlation). Dois ecossistemas de floresta constituíram os locais estudados, a Reserva Biológica do Jaru (localizada na região do arco do desflorestamento) e Reserva Biológica do Cuieiras (localizada na Amazônia central). Na Reserva Biológica do Jaru foi observado um aumento de 29% na fixação de carbono (NEE) quando o AOD variou de 0,1 para 1,5. Já na Amazônia Central, este efeito foi da ordem de 26% quando o AOD variou de 0,10 para 0,50. O aumento no NEE, em ambos os sítios, é atribuído ao aumento de até 50% da fração difusa da radiação solar em relação à fração direta desta radiação. Para reduções ainda maiores da radiação solar incidente (com ausência de luminosidade em quantidades suficientes requeridas ao processo de fotossíntese), associadas a altas concentrações de aerossóis na atmosfera e/ou devido à alta cobertura de nuvens, o NEE passa a sofrer reduções significativas até atingir valores próximos de zero. Alterações importantes na temperatura e na umidade relativa do ar pela interação da radiação solar com a alta carga de aerossóis emitidos em queimadas também foram estudadas em ambos os sítios. Tendo em vista o transporte de aerossol em larga escala durante as queimadas, alterações no fluxo de carbono podem estar ocorrendo em amplas áreas na Amazônia, com importantes mudanças no potencial para os ecossistemas florestais absorverem quantidades significativas de CO2 atmosférico.