Aspectos da ecologia reprodutiva de Podocnemis expansa, Podocnemis sextuberculata e Podocnemis unifilis (Testudines, Podocnemididae) na Reserva Biológica do Abufari, Amazonas, Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Lima, Jackson Pantoja
Orientador(a): Teixeira, Aylton Saturnino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11239
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4762810T8
Resumo: A presente dissertação investigou a seleção dos microhabitat de desova de tartaruga (Podocnemis expansa), iaçá (P. sextuberculata) e tracajá (P. unifilis) na praia do Abufari, situada dentro da Reserva Biológica (REBIO) do Abufari, Amazonas. Foram monitorados os períodos reprodutivos (agosto-dezembro) dos quelônios de 1998 a 2004. A primeira espécie a desovar é a iaçá, seguida por tartaruga e por último o tracajá. As três espécies estudadas possuem padrões distintos na escolha do local de postura de seu ninho. P. expansa desova em grandes aglomerações e nas porções mais altas da praia (acima de 400 cm) ao passo que P. sextuberculata desova também em locais de altura elevada, no entanto, seus ninhos estão dispersos ao longo da praia, ambas espécies mostram um comportamento especializado na seleção de locais de nidificação. Não foi observado um padrão de seleção de locais de desova para P. unifilis, mostrando assim um comportamento generalista quanto ao local de nidificação (P>0,05). A principal causa de perda de ninhos de P. expansa é a remoção de ninhadas desta espécie pelas fêmeas que sobem a praia para desovar no final do período de nidificação. No caso de P. sextuberculata e P. unifilis as causas de perda de ninho na praia do Abufari foram a predação, causada principalmente pelo lagarto Tupinambis sp. e pela ave Coragyps atratus. Inundação pelo rio Purus também foi uma das causas de perda de ninhos, especialmente daqueles ninhos encontrados abaixo de 100 cm de altura em relação ao nível do rio Purus. Os tamanhos médios e peso de tartarugas, tracajás e iaçás que desovaram na praia foram 709 mm, 268 mm e 424 mm, peso de 35 kg, 2,2 kg e 6,5 kg, respectivamente. Foi verificado que existe diferença no tamanho de fêmeas de tartaruga que desovaram na praia entre os anos de monitoramento (P<0,05), mas não foi verificado o mesmo padrão para as demais espécies. O tamanho médio de ninhada para tartaruga, iaçá e tracajá foi de 107, 13 e 21 ovos por ninho. O tamanho de ninhadas diferiu entre os anos amostrados para a tartaruga (P<0,05), mas não diferiu para a iaçá (P>0,05), nem para o tracajá (P>0,05). A taxa de eclosão e de fertilidade média para as três espécies ficou em torno de 80%. O comprimento dos filhotes está correlacionado com o peso dos filhotes nas três espécies estudadas. A produção de filhotes de tartaruga é uma das maiores do estado do Amazonas, com média de 180.000 filhotes/ano.