Identificação de mel de melipona seminigra e características da meliponicultura em Maraã e Boa Vista do Ramos, Amazonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Demeterco, Carlos Alexandre
Orientador(a): Teles, Beatriz Ronchi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Agricultura no Trópico Úmido - ATU
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5297
http://lattes.cnpq.br/0690755404440507
Resumo: A meliponicultura tem crescido significativamente no Brasil, sendo a Amazônia uma das regiões mais promissoras para tal. Apesar disso, a inexistência de uma legislação específica para os produtos da meliponicultura no Brasil em muitos casos prejudica seu desenvolvimento. Sendo assim o objetivo desse trabalho foi reunir dados físico-químicos e microbiológicos sobre o mel de Melipona seminigra de acordo com período de coleta e local de origem, além de realizar entrevistas com meliponicultores, afim de se ofertar informações que possam auxiliar na elaboração de legislação específica para o mel no estado do Amazonas. O presente estudo foi realizado nos municípios de Maraã e Boa Vista do Ramos. 40 unidades amostrais de mel de M. seminigra foram submetidas a análises físico-químicas de umidade, acidez, açúcares redutores, sacarose, hidroximetilfurfural e cinzas, além de análises microbiológicas de Staphylococus aureus, coliformes totais e fecais, presença ou ausência de Salmonela sp. e contagem de fungos. Simultaneamente, foram entrevistados 18 criadores de abelhas sem ferrão que praticam a meliponicultura nos dois municípios. As análises físico-químicas destacaram relevantes variações entre os parâmetros avaliados, sendo que o período sazonal de coleta interferiu significativamente na diferença entre as médias dos valores de umidade, acidez, açúcares redutores, hidroximetilfurfural e cinzas (p<0,05). O local de origem interferiu somente nos últimos dois parâmetros citados (p<0,05). Os produtores de Maraã encontram-se esparsos, sem uma unidade produtora, enquanto que os de Boa Vista do Ramos compõem uma cooperativa, o que reflete diferentes visões acerca da meliponicultura, como anseios e dificuldades. A geração de renda foi um dos principais motivos apontado pelos produtores para o início na atividade, apesar da necessidade de melhor organização de ambos os grupos entrevistados. Os dados laboratoriais obtidos demonstram a necessidade de se elaborar uma legislação detalhada que considere características ambientais da região de produção, assim como métodos de colheita e transporte, no momento da avaliação das análises de mel, e não uma padronização de valores. A diversidade nos perfis dos méis também deve ser levada em consideração em um processo de regulamentação dos produtos meliponícolas Os meliponicultores acreditam no potencial econômico da atividade, mas ainda de forma secundária, havendo ainda a necessidade de fortalecimento da atividade na região. A elaboração de programas de fomento e a continuidade nas análises laboratoriais, a fim de se levantar mais informações sobre o mel produzido no Amazonas, são formas de se buscar esse necessário fortalecimento para o desenvolvimento da atividade. É necessário um novo e menos burocrático processo de certificação de mel, o qual poderá ser construído com base nos requisitos técnicos indicados nesse estudo para o estado do Amazonas.