Grau de parentesco e relações sociais em ariranhas (Pteronura brasiliensis)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Pereira, Carolina Ribas
Orientador(a): Magnusson, William Ernest
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12229
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4770007D7
Resumo: Análises moleculares têm revolucionado o conhecimento sobre os sistemas sociais das espécies. Ariranhas são animais sociais que apresentam uma forte cooperação entre os indivíduos dos grupos e observações de comportamento sugerem que são compostos por um par dominante reprodutivo e seus filhotes de anos subsequentes, que não reproduzem dentro do grupo de origem. Este trabalho teve como objetivos (1) estabelecer um método semi-invasivo de retirada de amostra genética (tecido) para ariranhas em vida livre; (2) desenvolver marcadores de microssatélites específicos para Pteronura brasiliensis; e (3) acessar o grau de parentesco dentro e entre grupos de ariranhas, em uma população do Pantanal Sul, Brasil. Dardos de biópsia foram capazes de coletar amostras de tecido de alta qualidade de DNA, de um grande número de ariranhas (n=41), há um custo menor e de forma menos invasiva do que a captura, além de possibilitar a escolha do indivíduo a ser amostrado. Oportunisticamente, amostras genéticas de outras fontes, que não dardos de biópsia, foram coletadas. Doze loci polimórficos de microssatélites específicos para P. brasiliensis foram isolados. Todos os 50 indivíduos de ariranhas genotipados pertenciam a uma única população, indicando substancial fluxo gênico na escala examinada. A variabilidade nuclear encontrada para a população do Pantanal estava na faixa observada para ariranhas em escalas geográficas maiores e para outras espécies de lontras. Os grupos de ariranhas foram geralmente compostos por um casal dominante não relacionado e seus parentes próximos. Entretanto, uma alta diversidade de graus de parentesco dentro dos grupos foi encontrada, contradizendo o conhecimento corrente de que grupos de ariranhas são exclusivamente formados por um casal dominante reprodutor e seus filhotes. Os mecanismos evolutivos que levam à alta variação de parentesco dentro dos grupos de ariranhas ainda não estão claros, mas alta taxa de migração de indivíduos entre os grupos, cópula extra-par e reprodução de subordinados podem desempenhar um papel importante, como acontece em outras espécies aparentemente monogâmicas.