Emissão de isopreno em função da fenologia foliar de eschweilera coriacea (dc.) S.a.mori sob diferentes condições de luz e de temperatura em floresta primária da Amazônia central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Alves, Eliane Gomes
Orientador(a): Gonçalves, José Francisco de Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Clima e Ambiente - CLIAMB
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12593
http://lattes.cnpq.br/7472355725997107
Resumo: O isopreno possui emissão preponderante em relação aos outros Compostos Orgânicos Voláteis biogênicos, especialmente em florestas tropicais, e influencia na química atmosférica e no balanço de carbono. A emissão deste composto é induzida por fatores ambientais, tais como luz e temperatura. Assim, pesquisas que relacionam os fatores ambientais à produção e emissão de isopreno em espécies tropicais, são necessárias para enriquecer os modelos regionais ou globais e permitir um entendimento mais detalhado dos possíveis contribuintes das mudanças climáticas globais. Este estudo teve como objetivo identificar e quantificar a emissão de isopreno e fotossíntese em diferentes níveis de intensidade de luz e de temperatura, em três fases fenológicas (folha madura tardia - FMT, folha velha - FV, e folha madura recente - FMR) de Eschweilera coriacea (Matamatá verdadeira), uma vez que esta espécie apresenta maior distribuição na Amazônia. As medidas de fotossíntese foram realizadas entre 8 e 12 h usando um analisador de gás infravermelho (sistema comercial portátil, LI-6400, LI-COR, Inc, Lincoln, NE, USA). Para medir a emissão de isopreno, o ar proveniente da câmara foliar do LI-6400 foi direcionado para uma bolsa de amostragem (X-liter Teflon Bag). As concentrações de isopreno da bolsa de amostragem foram, então, determinadas usando um PTR-MS (Proton Transfer Reaction Mass Spectrometer; Ionicon Analytik, Innsbruck, Austria). As medidas para ambos processos foram realizadas em diferentes níveis de intensidade de irradiância (de 0 a 2000 μmol m-2 s-1) e níveis de temperatura entre 25 e 45°C. Em ambas as curvas, de luz e temperatura, as maiores taxas fotossintéticas e os menores fluxos de emissão foram encontradas para a FMR, enquanto que as taxas e fluxos intermediários foram apresentados pela FMT e os menores valores para para a FV. Isto indica que o envelhecimento foliar favorece a redução da atividade fotossintética e a produção e emissão de isopreno. Em relação à irradiância de saturação, a fotossíntese apresentou níveis de saturação inferiores aos da emissão de isopreno, sendo que este último apresentou emissões crescentes até a irradiância de 2000 μmol m-2 s-1. As temperaturas ótimas situaram-se entre 32 e 37,5°C nas três fases foliares para a fotossíntese; para a emissão de isopreno estas apresentaram-se a partir de, aproximadamente, 39,5°C. A fotossíntese foi mais sensível ao efeito do aquecimento; já a emissão de isopreno poderia aumentar até em temperaturas maiores às atingidas. Deste modo, os resultados sugerem a hipótese de termotolerância à fotossíntese, provida pela produção e emissão de isopreno. Em relação às perspectivas ecofisiológicas e de modelagem atmosférica, estes resultados concordam com os argumentos de que o isopreno age como um protetor aos danos causados por altas temperaturas; que é dependente da luz; e que é ligado ao balanço de carbono foliar. Ademais, o conhecimento das variações de emissão deste composto, em relação às variações de luz e de temperatura, pode contribuir para a compreensão das reações químicas que ocorrem na atmosfera.