Efeito de cobre e chumbo, metais pesados presentes na água de formação derivada da extração do petróleo da província petroleira do Urucu-Am, sobre o tambaqui, Colossoma macropomum (Curvier, 1818) /

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Oliveira, Christiane Patrícia Feitosa de
Orientador(a): Val, Adalberto Luís
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11399
http://lattes.cnpq.br/5903186582080296
Resumo: O presente estudo teve como objetivo avaliar a toxicidade de dois metais pesados, cobre e chumbo, para a espécie Colossoma macropomum (tambaqui), bem como avaliar a bioconcentração e os efeitos da exposição a concentrações subletais desses metais e da associação deles, sobre a capacidade respiratória, a regulação iônica e indicadores de saúde desses peixes. Para isso foi necessário determinar a CL50-96h de ambos os metais para a espécie. A CL50-96h foi de 0,735mg/L para o cobre e de 28,71mg/L para chumbo. Após a determinação da CL50, os exemplares de tambaqui foram expostos a concentrações subletais desses metais por 96 horas, pré-estabelecida em 50% da CL50-96h. No caso da associação de cobre e chumbo a concentração foi de 25% da CL50-96h de cada um dos metais. A exposição do tambaqui à concentração subletal de cobre não resultou em alterações nos parâmetros hematológicos. Para os exemplares expostos ao chumbo e à associação de cobre e chumbo foi verificada anemia, comprovada pela diminuição na concentração de hemoglobina, hematócrito e número de células vermelhas. Os níveis de Na+ plasmático diminuíram no grupo exposto ao cobre e o inverso ocorreu para o grupo exposto ao chumbo. Os níveis de K+ diminuíram no grupo exposto ao cobre e aumentaram no grupo exposto à associação dos dois metais. Os níveis de Cl- aumentaram no grupo exposto ao chumbo e à associação cobre e chumbo. Com base nesses resultados concluímos que o cobre e o chumbo afetam diretamente a regulação iônica. A glicose plasmática aumentou nos animais expostos ao cobre; no entanto, os níveis de lactato plasmático diminuíram nesse grupo evidenciando que, apesar do estresse, o metabolismo anaeróbico desses animais não foi alterado. A exposição aos metais causou sérios danos hepáticos avaliados indiretamente pelo aumento na concentração das enzimas alanina e aspartato aminotransferases e fosfatase alcalina. Foi observado também, um aumento nos níveis de colinesterase do grupo exposto ao chumbo e à associação dos metais, indicando distúrbios na transmissão dos impulsos nervoso nesses animais. A exposição à concentração subletal dos metais não causou danos citotóxicos avaliados pelos níveis plasmáticos de TBARS, porém, o efeito genotóxico foi comprovado no grupo exposto ao cobre, com o aumento no percentual de anormalidades nucleares eritrocíticas. Com relação a bioconcentração dos metais nos tecidos, foi observado aumento na concentração de cobre nas brânquias e no fígado do grupo exposto ao cobre. Para o chumbo foi verificado um aumento na concentração de chumbo nas brânquias do grupo exposto ao chumbo. A exposição de C. macropomum à concentrações subletais de cobre e de chumbo foi suficiente para promover sérios distúrbios fisiológicos e bioquímicos, comprometendo assim a saúde dessa espécie.