Frugivoria e ictiocoria em uma área de várzea na Amazônia Central brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Albuquerque, Bianca Weiss
Orientador(a): Piedade, Maria Teresa Fernandez
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11258
http://lattes.cnpq.br/5209720782962887
Resumo: O objetivo do estudo foi investigar a interação entre peixes e plantas por meio da análise de sementes retiradas inteiras do trato digestório de peixes capturados no lago Catalão, Amazônia Central, Brasil. As coletas foram realizadas no ano de 2014 durante os períodos correspondentes à enchente, cheia e vazante. Consumiram sementes 148 exemplares de peixes pertencentes a 14 espécies, duas ordens e seis famílias, entre elas algumas de hábito migratório, como Colossoma macropomum, Pterodoras granulosus, e espécies dos gêneros Brycon e Triportheus. O consumo mais intenso foi verificado nos meses de maio, junho e julho, correspondentes aos períodos de cheia e início da vazante. Foram identificadas 18 espécies vegetais pertencentes a 16 famílias. Cecropia spp., Ficus insipida e Laetia corymbulosa apresentaram a maior frequência de ocorrência de consumo por peixes. Triportheus albus (n=33), Triportheus auritus (n=27) e Colossoma macropomum (n=19) tiveram o maior número de exemplares capturados com sementes. As sementes foram semeadas em casa de vegetação sobre solo de várzea, com o objetivo de verificar a sua viabilidade; dessas, apenas as sementes de duas espécies (Bactris riparia e Senna alata) não germinaram. Para análise de porcentagem, velocidade e tempo médio de germinação, foram utilizadas duas espécies, Cecropia spp. e Laetia corymbulosa, por terem sido as espécies mais consumidas por três das espécies de peixes mais abundantes na área de estudo, Triportheus albus, T. angulatus e T. auritus. A porcentagem, a velocidade e o tempo médio de germinação dessas duas espécies não diferiram entre sementes retiradas do estômago e do intestino dos peixes. Os mesmos parâmetros germinativos foram calculados para um subconjunto das sementes retiradas somente do intestino (n=100 sementes) e daquelas oriundas diretamente das plantas-mãe (n=100). Os resultados indicaram diferença significativa para as duas espécies entre subconjuntos das sementes retiradas dos intestinos e das plantas-mãe. Sementes submetidas ao processo digestório dos peixes não apresentaram incremento germinativo. Entretanto, o fato de terem sido encontradas sementes viáveis no trato digestório de peixes com hábito migratório, sugere que a ictiocoria deve ser considerada um vetor de elevada importante na dispersão de sementes na várzea.