Efeito da obstrução gerada pela densidade da vegetação do sub-bosque sobre morcegos frugívoros e animalívoros catadores (Chiroptera: Phyllostomidae) na Amazônia Central, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Rodrigo Marciente Teixeira da
Orientador(a): Magnusson, William Ernest
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11892
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4232988J4
Resumo: Locais onde a vegetação florestal é fechada demandam dos morcegos maior capacidade de manobrar durante o voo. Baseado na morfologia das asas, sugere-se que morcegos animalívoros catadores apresentam melhor desempenho de voo em ambientes obstruídos do que outras guildas tróficas. Eu relacionei a densidade da vegetação do sub-bosque, como uma medida de obstrução do espaço, e a composição de espécies em assembléias de morcegos Phyllostomidae. Em florestas primárias, nos sítios com sub-bosque mais denso, eu esparava encontrar uma maior contribuição de morcegos animalívoros na composição de espécies. Realizei o estudo no Interflúvio dos Rios Purus e Madeira, ao longo da rodovia BR-319 onde oito unidades amostrais distantes no mínimo 40 km e compostas por dez parcelas permanentes foram amostradas. Empreguei técnicas de ordenação e modelos lineares generalizados, para realizar inferências sobre o uso de ambientes com diferentes níveis de obstrução por morcegos Phyllostomidae. Após 3.840 horas-rede, 511 morcegos de 4 famílias (Emballunoridae, Phyllostomidae, Vespertilionidae e Thyropteridae) e 27 espécies foram capturadas, dos quais 12 espécies foram frugívoras (n=414 capturas) e 10 espécies foram animalívoras (n=70 capturas). Ao longo de um gradiente de obstrução cuja amplitude variou de 53% a 73%, o número de espécies foi reduzido de 16 para 7 sete espécies registradas, respectivamente. O efeito negativo da obstrução ocorreu em ambos os morcegos animalívoros e frugívoros. A ocorrência das espécies nos sítios apresentou estrutura aninhada e morcegos animalívoros contribuíram mais para a composição de espécies em sítios com sub-bosque mais denso. O efeito de filtro sobre o tamanho corporal não foi suficiente para explicar a estrutura de comunidades de morcegos em função da obstrução do espaço. A relação das espécies com a obstrução foi dependente do hábito alimentar. Diferenças na disponibilidade e distribuição de frutos e presas animais em sítios com diferentes graus de obstrução podem afetar a proporção de espécies de diferentes guildas alimentares que usam sítios com vegetação densa na floresta.