A transformação humana pré-colombiana da paisagem florestal no interflúvio Purus-Madeira, Amazônia Central
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11887 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4209137J9 |
Resumo: | A partir de aproximadamente 3000 anos atrás, populações nativas da Amazônia passaram a desenvolver sistemas eficientes de manejo dos recursos florestais, frequentemente criando florestas oligárquicas dominadas por árvores úteis. No entanto, a distribuição espacial e a escala de modificação da floresta permanecem desconhecidas. Estudos recentes propõem que o impacto humano longe dos maiores rios era mínimo, o que sugere que os interflúvios eram relativamente intocados. Este estudo avaliou as variações no grau de manipulação humana passada sobre a vegetação em seis locais ao longo do interflúvio Purus-Madeira, com diferentes distâncias até os rios principais e secundários. Em todos os locais as árvores úteis com DAP ≥ 10 cm foram inventariadas em duas parcelas de 1 ha e em cinco parcelas o solo para triagem de carvão foi coletado em três trincheiras até 50 cm de profundidade. Também foram mapeadas evidências arqueológicas nas proximidades dos locais estudados. Foi calculada a menor distância em quilômetros de cada parcela para os rios. Para quantificar a manipulação da floresta foram medidas a riqueza, abundância e área basal relativas de árvores úteis, especialmente frutíferas e palmeiras, e a massa de carvão no solo. Foram testadas as relações entre estes parâmetros e a distância aos rios. Encontramos relações exponenciais negativas fortes entre a manipulação da floresta e a distância dos rios principais. Parcelas localizadas entre 10 a 20 km de um rio principal tiveram 20-40% de espécies arbóreas úteis, parcelas com distâncias entre 20-40 km tiveram 15-25% de árvores úteis, enquanto parcelas a mais de 40 km tiveram menos de 15%. A abundância do carvão foi alta em duas áreas, as mais próximas de rios secundários. A menor distância entre as parcelas e as evidências arqueológicas foi encontrada nos locais mais próximos de rios. Estes resultados sugerem fortemente que a manipulação passada da floresta não se limita aos assentamentos pré-colombianos nas margens dos rios principais, mas se estendeu sobre florestas do interflúvio consideradas primárias atualmente. O uso sustentável e a conservação dos recursos florestais da Amazônia serão mais eficazes se considerar o grau de domesticação da paisagem, já que essas florestas concentram plantas úteis resultantes do enriquecimento humano passado. |