Parkia multijuga (fabaceae): interações multi-espécie e estratégias que maximizam a sobrevivência nos estágios iniciais de sua história de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Alves, Marcelo Menezes
Orientador(a): Barnett, Adrian Paul Ashton
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Botânica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12791
http://lattes.cnpq.br/1992059133849245
Resumo: O período de maturação e dispersão de sementes é um momento crucial na história de vida das plantas. Interações antagônicas que ocorrem nesta fase podem comprometer a regeneração natural da espécie. A predação pré-dispersão e pós-dispersão de sementes é comum na maioria das Fabaceaes, que desenvolveram estratégias para minimizar o impacto dos predadores. Parkia multijuga Benth. (Fabaceae: Caesalpinioideae), é uma árvore amazônica de terra firme que frutifica em massa e em sincronia com outros indivíduos em longos intervalos de tempo entre uma estação e outra, e possui frutos indeiscentes com grandes sementes dormentes que são predadas por bruquídeos antes de serem dispersas e por roedores após a dispersão primária. Estes últimos também são dispersores das sementes. Estas interações ecológicas de multiespécie são fundamentais para a história de vida da espécie. Com o objetivo de entender, descrever e avaliar as vantagens e desvantagens dessas interações para a planta, coletou-se frutos de 15 indivíduos na região central do Amazonas, medindo-se a distância de dispersão primária e quantificando os frutos e sementes predados e não predados pré e pós dispersão primária, além de se verificar os níveis de predação por semente. Também se realizou experimentos de germinação com predação simulada em casa de vegetação. Em campo foram feitos experimentos que mediram a dispersão secundária e testaram a estratégia de mast-fruiting e modelo Janzen-Connel. Armadilhas fotográficas foram utilizadas para determinar que animais interagiam com frutos e identificar quais deles eram predadores/dispersores das sementes. As médias das medidas de dispersão primária variaram entre 4.36 m e 8.57 m, já a dispersão secundária registrou distâncias entre 3.00 m e 54.60 m com uma média de 16.23 m. Antes da dispersão primária, cerca de 30% das sementes são atingidas por bruquídeos, 20% são abortadas e 50% ficam dentro das vagens sobre o solo, para depois serem predadas ou dispersas/enterradas por roedores scatter-hoarding. Das sementes predadas pelos bruquídeos, 75% apresentaram um nível de predação menor que 31%, e 58% destas sementes sobrevivem e geram plântulas normais em condições de casa de vegetação. Cinco animais foram registrados interagindo com os frutos e sementes de P. multijuga evidenciando que estes foram os responsáveis pela remoção de todos os frutos e sementes dispostos sob a copa das árvores. Em ordem de frequência nos registros estão os seguintes animais (só os dois primeiros foram vistos abrindo os frutos); Myoprocta acouchy, Proechimys sp. cuvieri/guyannensis, Dasyprocta leporina, Metachirus nudicaudatus e Didelphis marcupialis.