Caracterização diurna e sazonal da condutância estomática de indivíduos arbóreos em resposta à variáveis ambientais na a Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Sampaio Filho, Israel de Jesus
Orientador(a): Jardine, Kolby Jeremiah
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Clima e Ambiente - CLIAMB
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12647
http://lattes.cnpq.br/6479561312906094
Resumo: O entendimento das interações do contínuo solo-planta-atmosfera frente às mudanças ambientais do ecossistema é pré-requisito para modelos que preveem o balanço de carbono em florestas tropicais. Neste contexto, este trabalho teve por objetivo caracterizar a influencia de variáveis meteorológicas no Baixio e Platô sobre o potencial hídrico foliar (Ψf), a condutância estomática (gs) e temperatura foliar (Tf) considerando diferentes técnicas, de duas espécies arbóreas respectivamente no dossel de uma floresta primária na Amazônia Central e entender mecanismos bioquímicos como produção de acido abscísico (ABA) e sua relação com a regulação estomática. A pesquisa foi realizada na Reserva Biológica do Cuieiras (2º35’22’’S, 60º06’55’’W) em 2017. As espécies estudadas foram a Eschweilera cyathiformis e Pouteria anomala (no platô) Peltogyne excelsa e Micropholis guyanensis (no baixio). As espécies estudadas no experimento bioquímico foram Cariniana legalis, Handroanthus serratifolius e Astronium fraxinifolium, realizado em Trancoso-BA em 2018. As variáveis meteorológicas foram obtidas a partir da instrumentação instalada em duas torres de monitoramento K34 (platô) e B34 (baixio). O comportamento da progressão diária de Ψf das diferentes espécies na avaliação foi significativo, de modo que a espécie P. anomala e E. ciathiformis na K34 é diferente em relação às espécies P. excelsa e M. guyanensis no baixio, isso pode estar relacionado a um comportamento isohídrico e anisohídrico das espécies no platô e baixio, respectivamente. Para a dinâmica de gs das espécies em resposta aos diferentes períodos chuvoso e seco houve diferença significativa, observou-se que gs diminuiu consideravelmente no período seco quando comparado ao período chuvoso e seguiu o mesmo padrão no platô e baixio. Os resultados das medidas de Tf nas espécies do baixio e platô, e para os períodos chuvoso e seco, mostram diferenças significativas de modo que a medida com o porômetro foi mais significativa quando comparadas com as técnicas do Termovisor (Flir), Termopares e Sensor InfraRed, bem como em relação as medidas de temperatura do ar com Termohigrômetros. Observaram-se variação dos valores ótimos de Tf no platô em relação gs sazonalmente. Para todo o período de coleta se obsreva a configuração de comportamento de histerese entre a condutância estomática e DPV e Tf. No platô, para P. anomala, observou-se que o DPV e Tf não foi suficiente para predizer um maior efeito sobre gs, no período sazonal chuvoso, enquanto no período seco DPV demonstrou maior efeito sobre gs. Já no baixio, para P. excelsa e M. guyanensis, observou-se que o DPV demonstrou ter um maior efeito sobre gs, nos períodos chuvoso e seco. Quanto ao experimento bioquímico observou-se que apenas a espécie Handroanthus serratifolius apresentou concentração de ABA consideráveis na folha e demonstrou variar diurnamente com maiores valores ocorrendo as 2:00PM comparado aos horários de 12:00AM e 18:00PM. A concentração de ABA respondeu mais intensamente ao tratamento não irrigado. Assim, variações específicas da espécie nas sensibilidades de biossíntese de ABA às variáveis ambientais como DPV, Tf, PAR e Ψf, podem ajudar a explicar o comportamento estomático de espécies florestais da Amazônia. Portanto, conclui-se que fatores ambientais e aspectos fisiológicos por si só não explicam a variação diurna no movimento estomático. Assim, é provável que fatores bioquímicos como a produção de ABA, associadas às variações ambientais e suas interações com a fisiologia das árvores de dossel na floresta Amazônica é tema de extrema relevância a ser explorado, para melhorar o entendimento de como as florestas tropicais respondem as mudanças climáticas.