Comparação ecofisiológica e de atributos de crescimento das herbáceas aquáticas Montrichardia linifera (Arruda) Schott e M. arborescens (l.) Schott em tipologias alagáveis contrastantes na Amazônia central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Pantoja, Pauline Oliveira
Orientador(a): Piedade, Maria Teresa Fernandez
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11915
http://lattes.cnpq.br/7978411226932418
Resumo: O pulso de inundação dos rios amazônicos impõe anualmente aos organismos que habitam as áreas alagáveis a alternância entre uma fase aquática e uma fase terrestre. Em resposta a inundação periódica as plantas desenvolveram adaptações e padrões específicos de crescimento. Montrichardia arborescens (L.) Schott é uma herbácea aquática de ocorrência nas áreas alagáveis por águas pobres em nutrientes (igapós), e Montrichardia linifera (Arruda) Schott ocorre em áreas ricas em nutrientes (várzeas). Este trabalho objetivou comparar ambas as espécies, ao longo de um ciclo hidrológico, quanto às taxas de crescimento, densidade dos talos, a biomassa, a fenologia, e quantidade de clorofila. Foi medida a concentração de macronutrientes (Ma) e micronutrientes (Mi) das espécies nas fases de cheia e seca. O estudo foi realizado no Curari, no rio Solimões (S 03°17’38,5”; W 059°55’47,9”), e na Praia Grande no rio Negro (S 03°02’18,9”; W 060°32’47,7”). Em oito pontos em cada ambiente foram marcados cinco talos com folhas (CF) e brotos sem folha (SF), para medir a altura e o número de folhas durante 11 meses. Na fase terrestre foram coletados todos os indivíduos das duas espécies presentes em 1m2 (n=10), para a determinação da biomassa seca. A densidade dos talos foi obtida pela diferença entre o peso fresco e peso seco de cinco talos de cada ponto (n = 50). Para a determinação de Ma e Mi nos tecidos das plantas, 10 plantas de cada espécie foram coletadas e feitas amostras compostas. Os talos CF de M. arborescens apresentaram maior taxa de crescimento em relação a M. linifera (F = 4,85; p < 0,05), porém, a taxa de crescimento dos brotos não diferiu entre as espécies (F = 3,22 p > 0,05). A biomassa entre as espécies tampouco diferiu significativamente (F = 0,22; p > 0,05). A densidade dos talos foi maior em M. arborescens (0.10g/m3) do que em M. linifera (0,05g/m3). A floração e frutificação ocorrem em dois picos, um na fase aquática e outro na terrestre. Durante a inundação a concentração de nutrientes sofreu redução de até 23% (Ma) e 27% (Mi) em M. arborescens; e de 14,21% (Ma) e 32,72% (Mi) em M. linifera; houve também redução na clorofila nas folhas das espécies (menos de 10%). Os resultados indicam que a espécie M. arborescens não apresenta restrições de crescimento no igapó. Investigações detalhadas sobre a evolução e genética dessas duas espécies são necessárias para poder elucidar sua distribuição diferencial nas áreas alagáveis amazônicas.