Estrutura, composição e diversidade em florestas alagáveis de várzea de maré e de igapó e suas relações com variáveis edáficas e o período de inundação no Amapá, Amazônia oriental, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Carim, Marcelo de Jesus Veiga
Orientador(a): Wittmann, Florian Karl
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Botânica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12836
http://lattes.cnpq.br/2759207009184363
Resumo: O objetivo deste estudo foi avaliar os padrões ecológicos e fitossociológicos em florestas alagáveis de várzea e igapó sob diferentes regimes de inundações e suas relações com variáveis ambientais, especialmente solo no Estado do Amapá, Amazônia oriental, Brasil. Foram registrados todos os indivíduos arbóreos, vivos, com diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 10 cm. Inventariou-se 26 parcelas de 100 x 100 m (1 ha cada), distribuídas em 13 hectares em cada tipologia florestal. As análises de gradientes, realizadas por meio de análise de componentes principais e análise de correspondência canônica foram suficientes para explicar a associação das parcelas e a distribuição das espécies. Optou-se por avaliar a biomassa acima do solo através do modelo alométrico já testado em florestas úmidas em que considera as variáveis de densidade da madeira (p), altura (H) e a área basal (AB). Registrou-se 10.575 árvores pertencentes 343 espécies, 172 gêneros e 49 famílias, com densidade média de 406.73 ± 61.27 árvores ha -1 e 27.2 ± 11.13 m 2 ha -1 de área basal nos 26 hectares amostrados. Fabaceae, Arecaceae, Malvaceae, Meliaceae e Rubiaceae, foram mais importantes na várzea, juntas responderam por 74.76 do índice de valor de importância familiar (IVIF%). Para o igapó destacaram-se Fabaceae, Lecythidaceae, Euphorbiaceae, Malvaceae e Arecaceae, juntas responderam por 57.05 do índice de valor de importância (IVIF%). Houve diferença significativa entre os dois tipos de floresta em termos de número médio de indivíduos, espécies, diversidade e altura. No entanto, não diferiram significativamente para média de equabilidade, diâmetro, dominância e área basal. No igapó, acidez, alumínio, regime de inundação, potássio e areia influenciaram a distribuição das espécies, em ordem decrescente de significância. Na várzea, a associação das espécies com as variáveis ambientais mostraram associação com a capacidade de troca catiônica, saturação de bases, regime de inundação, potássio e, antagonicamente a silte, cálcio, fósforo e pH. A biomassa estimada para os dois ecossistemas, apresentaram praticamente a mesma média (198,56 Mg/ha -1 ). No igapó a amplitude maior foi de 326,83 Mg ha -1 e na várzea foi 272,12 Mg ha -1 . O regime de inundação teve média de 61±25,69 dias/ano e 21±1,33 dias/ano, respectivamente, no igapó e na várzea. Na várzea a parcela com menor biomassa foi positivamente relacionada com o período de inundação. No igapó foi negativamente relacionada com pH e fração de silte. No geral, a biomassa apresentou pouca relação com as variáveis edáficas nos dois ambientes. Conclui-se que por mais que as variáveis hidroedáficas caracterizam as diferenças no gradiente ambiental, estas apresentaram pouco reflexo na distribuição das espécies e, estas, respondem basicamente ao período de inundação e a acidez do solo.