Crescimento, estado nutricional e características fotossintéticas de Bertholletia excelsa sob tratamentos de adubação em área degradada na Amazônia central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Ferreira, Marciel José
Orientador(a): Ferraz, João Baptista Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/5032
http://lattes.cnpq.br/6283229356803322
Resumo: Atividades antrópicas sobre os ecossistemas florestais podem resultar na remoção da cobertura florestal, seguida pelo empobrecimento das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Ao longo do tempo, essas áreas desprovidas de cobertura florestal podem transformar-se em extensas áreas degradadas. Para a revegetação dessas áreas com espécies florestais têm sido empregados diferentes métodos para recuperação das propriedades do solo. Além disso, têm sido utilizadas espécies capazes de se desenvolver sob condições adversas relativas à disponibilidade dos recursos primários (luz, água e nutrientes). Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi investigar as respostas no crescimento, trocas gasosas, desempenho fotossintético e no estado nutricional de plantas jovens de Bertholletia excelsa, crescendo em plantio florestal submetido a diferentes tratamentos de adubação para restauração de área degradada no município de Manaus, AM (60° 01’ 07” W e 03° 05’ 08” S). Os tratamentos foram: T0 = controle (sem adubação), T1 = adubação verde (galhos e folhas) e T2 = adubação química (Ouromag®). Também foi analisada a influência dos diferentes tratamentos de adubação, sobre o restabelecimento da fertilidade do solo. Para tanto, foram determinadas, no solo, a granulometria e as concentrações de nutrientes. Nas plantas, foram medidos: o crescimento em altura e em diâmetro, os teores de nutrientes foliares, as trocas gasosas, os teores de pigmentos cloroplastídicos foliares, a fluorescência da clorofila a, o potencial hídrico foliar e a área foliar específica. Quanto à fertilidade do solo observou-se que nos tratamentos T1 e T2 os solos apresentaram maiores concentrações dos nutrientes C, N, K, Ca e Mg, quando comparados com o tratamento T0. Essas melhorias nas condições edáficas, resultaram em maiores teores de nutrientes foliares. No geral, os maiores teores foram obtidos no tratamento T1, com exceção dos nutrientes K, Ca e Fe, que foram superiores no tratamento T2. Para o N, o tratamento T1 exibiu valores 41 e 37% maiores que os tratamentos T0 e T2, respectivamente. As taxas de fotossíntese líquida variaram entre 4,8 e 13,2 μmol CO2 m-2 s-1, com valores do tratamento T1 177 e 65% maiores que os tratamentos T0 e T2, respectivamente. Com relação à eficiência no uso de nutrientes foliares, o tratamento T1 apresentou valores 135, 57, 57, 255, 147, 363, 100 e 76% maiores que o tratamento T0 para os elementos N, P, K, Ca, Mg, Fe, Zn e Mn, respectivamente. Os valores das taxas de crescimento absoluto em altura e diâmetro não exibiram diferenças entre os tratamentos T0 e T2 durante o período de estudo. Por outro lado, o tratamento T1 exibiu 10,2 cm mês-1 e 2,4 mm mês-1 em altura e diâmetro, respectivamente, os quais foram cerca de 12 vezes maiores quando comparados com o tratamento T0. Na avaliação da eficiência quântica máxima do PSII (Fv/Fm) os indivíduos de B. excelsa do tratamento T1 (0,75) não apresentaram diferenças quando comparados aos indivíduos do tratamento T2 (0,68). No entanto, entre T1 e T0 (0,64) exibiram menores valores de estresse quando analisada a razão Fv/Fm. Em relação aos teores dos pigmentos cloroplastídicos analisados, os teores de clorofila b (chl b) e carotenóides (cx+c) não exibiram diferenças entre os tratamentos T1 (chl b = 2,3 μmol g-1 e cx+c = 0,8 μmol g-1) e T0 (chl b = 1,9 μmol g-1 e cx+c = 0,6 μmol g-1). Os valores do potencial hídrico foliar variaram ao longo do dia, sendo que o tratamento T2 exibiu o maior valor ao meio-dia (Ψmd = -2,42 MPa) seguido pelos tratamentos T0 (-2,64 MPa) e T1 (-2,79 MPa). Os valores de área foliar específica (AFE) variaram entre 78,0 e 91,0 cm2 g-1, sendo que os tratamentos T0 e T2 exibiram valores 16 e 15% mais elevados, respectivamente, quando comparados com o tratamento T1. A aplicação dos tratamentos de adubação, especialmente o tratamento T1, resultou em aumentos consideráveis nas taxas fotossintéticas, os quais compensaram as maiores taxas de transpiração, refletindo no aumento da eficiência no uso da água (EUA). Estes valores foram 66 e 38% mais elevados nos tratamentos T1 e T2, respectivamente, quando comparados ao tratamento T0. Portanto, conclui-se que há necessidade de recuperar a priori a fertilidade do solo em áreas degradadas para implantação de plantios florestais. Salienta-se também a importância de pesquisas relacionadas às respostas fisiológicas, nutricionais e de crescimento da planta, aos diferentes tratamentos silviculturais, como suporte ao desenvolvimento de programas de reflorestamento para a restauração de áreas degradadas na Amazônia.