Uso da espectroscopia no infravermelho próximo (FT-NIR) como ferramenta na discriminação de espécies herborizadas de Burseraceae oriundas de diferentes locais da Amazônia Legal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Botelho, Izailene Monteiro Saar
Orientador(a): Higuchi, Niro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Botânica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12749
http://lattes.cnpq.br/3608600451755381
Resumo: A identificação de espécies florestais amazônicas é difícil e várias novas técnicas estão sendo desenvolvidas e testadas. A espectroscopia de infravermelho próximo (FT-NIRS) que quantifica e caracteriza os compostos orgânicos no tecido vegetal, é um método que se mostra promissor no reconhecimento de espécies. Foram testados diferentes métodos para obtenção dos espectros FT-NIRS de amostras de herbário: 1) utilizando o disco fornecido com o equipamento (padrão); 2) utilizando um disco de acetato de vinilo (EVA); 3) usando apenas as folhas montadas em cartolina. Também foi avaliada a capacidade da técnica para reconhecer espécies de diferentes regiões geográficas da Amazônia: 1) amostras somente de Manaus, 2) amostras de outros locais, excluindo Manaus e 3) amostras de toda a região. Os dados foram interpretados com análise de componentes principais (PCA) e análises discriminantes (LDA) com validação cruzada. Foi observado elevada distinção entre os espectros de exsicatas montadas e não montadas na PCA, o mesmo não ocorreu entre disco padrão e disco EVA. Com a LDA comparando as exsicatas montadas e não montadas, o modelo montado teve reconhecimento de 86,4% e o não montado 93,9%. Já a porcentagem de acerto com o disco de EVA e o disco padrão foram similares (88,2% e 90,3% respectivamente). Os resultados indicam que, individualmente, os modelos reconhecem espécies. Quando esses modelos foram comparados em uma validação cruzada, o modelo usando material montado como a base previu corretamente a identidade de material desmontado com precisão de 71%, enquanto a precisão inversa foi de apenas 30 %. Estes resultados indicam que, apesar do modelo de amostras montadas ter alta porcentagem de acerto, ao incluir a influência do papel no espectro, acrescentam-se variações difíceis de controlar ao pensar em um modelo global, com diversos herbários e diferentes materiais usados na montagem. A avaliação da influência da variação geográfica mostrou que o modelo baseado em amostras de toda a Amazônia acertou 90,6% dos indivíduos testados, enquanto o modelo baseado em apenas uma localidade foi de 66,5%. Neste caso, os resultados indicam que o erro pode ser pela falta de variação intraespecífica do modeloe não realmente a erro do identificador. Sugere-se, por tanto: padronizar a coleta espectral de exsicatas com materais que não possuam tanta variação como o uso do preto EVA; e captar a maior variação intraespecífica possível com amostras de diferentes localidades para alcançar um modelo espectral de qualidade para identificar as plantas da Amazônia.