A comunidade de pequenos mamíferos e o processo de regeneração de palmeiras em fragmentos florestais isolados por água na amazônia central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Borges, Manoela Lima de Oliveira
Orientador(a): Venticinque, Eduardo Martins
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11832
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4778822D6
Resumo: Com o aumento progressivo das taxas de desmatamento sobre as florestas tropicais nas últimas décadas, é necessário entender como as comunidades biológicas têm suas relações ecológicas afetadas pelas novas configurações espaciais de uma paisagem. Vinte anos após a construção da Usina Hidrelétrica de Balbina no rio Uatumã, Amazônia Central, grande parte da biota que sobreviveu ao alagamento ficou confinada em ilhas de diversos tamanhos e graus de isolamento. Sendo assim, a proposta deste trabalho foi avaliar como a assembléia de pequenos mamíferos foi afetada pelas mudanças abruptas na paisagem oriundas do alagamento do reservatório, através da análise da importância de atributos como o tamanho e grau de isolamento das manchas (ilhas) remanescentes. Também foi avaliada a influência das mudanças na assembléia de pequenos mamíferos na composição da assembléia de palmeiras. A comunidade de pequenos mamíferos foi amostrada entre julho e dezembro de 2006, através do uso de armadilhas de alumínio (Sherman e Tomahawk) com isca atrativa, em 12 sítios de coleta (8 em ilhas e 4 em terra firme). O esforço total foi de 9600 armadilhas-noite. As palmeiras foram amostradas em parcelas de 100 x 1 m, nos mesmos sítios de coleta de pequenos mamíferos. No total, 110 indivíduos de pequenos mamíferos foram capturados, distribuídos entre 13 espécies e três famílias (Didelphidae, Muridae e Echimyidae). A diminuição do isolamento entre ilhas afetou positivamente a abundância e a probabilidade de ocorrência de Monodelphis brevicaudata, a abundância total e riqueza de pequenos mamíferos e a composição de palmeiras nas ilhas, além de afetar negativamente a abundância e a probabilidade de ocorrência de Didelphis marsupialis. Ilhas de tamanho maior apresentaram maior probabilidade de ocorrência de Monodelphis brevicaudata, apesar de possuir baixa abundância e riqueza de espécies de pequenos mamíferos. Um total de 630 indivíduos de palmeiras foram registrados, sendo 32 espécies distribuídas entre 11 gêneros. A composição da comunidade de palmeiras esteve correlacionada com a abundância de Micoureus demerarae, Proechimys guyannensis e Proechimys cuvieri. Concluo que o isolamento entre as ilhas e o tamanho destas são fatores importantes para as mudanças observadas na estrutura da comunidade de pequenos mamíferos, com reflexos na comunidade de palmeiras. Novas hipóteses sobre a dinâmica e fatores que podem influenciar as comunidades estudadas são sugeridas como prioridade para futuros estudos em Balbina.