Fluxo de nitrogênio no sistema solo-planta em áreas de sucessão secundária na Amazônia Central
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Botânica
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12787 http://lattes.cnpq.br/1269638905281088 |
Resumo: | O desflorestamento implica em mudanças da paisagem e do uso da terra com reflexos diretos e indiretos sobre as mudanças climáticas e os ciclos biogeoquímicos. Particularmente, na região amazônica, o avanço agropecuário, em especial a formação de pastagens, ainda é o principal responsável pelo aumento das áreas desflorestadas. Considerando que as pastagens se tornam insustentáveis devido à baixa fertilidade dos solos e ao baixo emprego de tecnologia de produção, em pouco tempo, os pastos são abandonados dando lugar a vegetação secundária emergente típica dessas áreas impactadas. Para entender as estratégias ecofisiológicas relacionadas à absorção, ao uso e ao metabolismo do nitrogênio (N) em espécies arbóreas pioneiras mais frequentes em áreas de pastagens abandonadas na Amazônia Central, estudos sobre a dinâmica do N no sistema solo-planta da sucessão florestal foram realizados com o objetivo de relacionar o fluxo do N em árvores pioneiras em uma cronossequência sucessional de vegetação secundária em diferentes períodos de precipitação. O estudo foi realizado em pastagens abandonadas com idades variando de 0 a 19 anos, localizadas na área experimental do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos FlorestaisPDBFF. Os teores dos aminoácidos totais, aminoácidos livres, NO3- e NH4+ foram determinados no solo, nas raízes, na seiva do xilema e nas folhas das espécies Vismia japurensis, Vismia cayennensis, Bellucia dichotoma, Laetia procera e Goupia glabra. Adicionalmente, foi analisada a atividade da enzima redutase do nitrato (ARN) nas folhas das cinco espécies. Nos solos, foi verificado que as capoeiras avançaram no processo de regeneração, houve incremento do N-mineral e também foi verificado que a predominância das duas formas de nitrogênio inorgânico (NO3- e NH4+) no solo estão relacionadas aos diferentes períodos de precipitação. Isto é, a razão NO3-/NH4+ na solução do solo sofre alterações com o aumento das idades de abandono, com tendência de redução mais pronunciada no período de menor precipitação. Os teores de aminoácidos solúveis totais (AAtotais) no solo não diferiram entre os períodos de precipitação, exceto para uma classe de idade mais avançada, na profundidade de 10-20 cm, onde o conteúdo desse nutriente orgânico foi maior no período seco. O conteúdo de AA-totais nos solos foi maior para a classe de idade mais avançada, embora não tenha sido verificada nenhuma tendência de aumento em função do aumento das idades de abandono. Os teores de AA-totais foram superiores quando comparados aos teores de nitrogênio inorgânico (NO3- e NH4+) em ambos os períodos de precipitação. B. dichotoma exibiu maior capacidade de assimilação e transporte do N, visto que apresentou maiores conteúdos de nitrogênio inorgânico (NO3- e NH4+) na seiva do xilema quando comparada com as demais espécies, bem como exibiu maiores valores de AA-totais nas suas folhas. Nas raízes, o conteúdo de NO3- foi superior para B. dichotoma e, também, para V. japurensis. Esta espécie de Vismia também apresentou maiores teores de NO3- nas folhas, seguida de G. glabra que por sua vez, apresentou maior conteúdo de AA-totais na seiva do xilema. L. procera exibiu maior capacidade de redução do NO3- nas folhas, além de ser à única espécie que apresentou incremento do conteúdo de NO3- foliar em função do aumento das idades de abandono, mas apenas no período chuvoso. L. procera foi à única espécie que transportou asparagina (ASN) em grandes quantidades, evidenciando que deve possuir alta ARN no sistema radicular. Ademais, L. procera também apresentou maiores conteúdos de pigmentos cloroplastídicos. As espécies detentoras de maior capacidade de acumular o N nas folhas na forma de NO3- foram: G. glabra e V. japurensis enquanto que B. dichotoma é a espécie que transporta maiores quantidades deste nutriente mineral para a parte aérea, entretanto, o acúmulo do nitrogênio para esta espécie está sob a forma orgânica. Diante destes resultados pode-se inferir que nos solos onde a vegetação pioneira se instalou numa escala de tempo maior, predomina o teor de N-orgânico, no entanto, apenas o N-mineral aumenta à medida que as capoeiras avançam no processo de regeneração. As espécies pioneiras exibem diferentes estratégias de absorção e uso do N, com destaque para B. dichotoma que exibiu maiores conteúdos das diferentes formas de nitrogênio na interface solo-planta e, L. procera, por apresentar maior capacidade de redução do NO3- na parte aérea. |