Variação da fitofisionomia e dinâmica em florestas alagáveis de igapó na Amazônia central relacionada aos distúrbios
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Clima e Ambiente - CLIAMB
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12641 http://lattes.cnpq.br/0896161218851064 |
Resumo: | Florestas de igapó de água preta são classificadas como ecossistemas oligotróficos, banhadas por rios de pH ácido, baixa carga de sedimentos e pobre em nutrientes, e com uma fitofisionomia condicionada por fatores hidro-edáficos. Nesse estudo, estimamos o estoque e sequestro de carbono na biomassa lenhosa na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã. A fim de analisar no gradiente topográfico os impactos que a Usina Hidrelétrica (UHE) de Balbina causou, três parcelas de um hectare do Rio Abacate foram selecionadas como sistema não-perturbado e três parcelas de um hectare no Rio Uatumã como sistema perturbado. Todas as árvores com diâmetro à altura do peito (DAP) acima de 10 cm foram inventariadas e a altura foi estimada por meio de modelos específicos de regressão não linear a partir da relação DAP e altura. A densidade das espécies foi estimada a partir de trabalhos realizados em outros igapós de água-preta ao longo de toda a Bacia Amazônica. As espécies mais abundantes foram coletadas para análise de anéis de crescimento e a partir disto foram estimadas as idade e taxas anuais de incremento diamétrico. Parâmetros de DAP, altura e densidade da madeira de todas as árvores forma utilizados para estimar a biomassa lenhosa acima do solo e o estoque de carbono (47% da biomassa seca) por meio de um modelo alométrico pantropical. A idade média foi estimada por modelo de regressão não-linear através do DAP e taxas de incremento. Com isso a estrutura etária da floresta foi estimada para cada nível topográfico. Foi detectado nesse estudo uma baixa diversidade de espécie nas cotas mais baixas no sistema impactado pela UHE, em comparação ao não perturbado e a outros igapós da Amazônia, da mesma forma a cota mais alta mostrou riqueza de espécies similar à terra-firme. As estimativas de biomassa e estoque de carbono apresentaram uma tendência de aumento à medida que o gradiente topográfico diminui. A idade média da floresta apresentou correlação significativa com a densidade de árvores, área basal, densidade média da madeira, taxas médias de incremento em diâmetro e tempo médio de residência do carbono (estoque de C/sequestro de C na biomassa lenhosa), enquanto que a duração da inundação só apresentou correlação com a densidade das árvores e riqueza de espécies. A maior produtividade no igapó do Rio Uatumã resultante de uma taxa de sequestro e tempo médio de residência do carbono menor em comparação ao igapó do Rio Abacate, é resultado da alta abundância de espécies pioneiras com longevidade curta, altas taxas de incremento diamétrico e baixa densidade da madeira. A partir dos resultados obtidos não foi possível de associar os distúrbios ocorridos no sistema perturbado às mudanças do regime hidrológico causados pela UHE de Balbina, mas que os igapós da bacia do Rio Uatumã apresentam vários estágios de sucessão secundária possivelmente resultando de distúrbios de condições hidro-climáticas extremas no passado. Baseado nisso, sugerimos mais investigações quanto aos impactos naturais e antropogênicos induzindo mudanças no ciclo hidrológico afetando este ecossistema oligotrófico vulnerável. |