A insularização como agente de fragmentação florestal em comunidades de lagartos na Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Bittencourt, Shanna
Orientador(a): Lima, Albertina Pimentel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11946
http://lattes.cnpq.br/1315288553652266
Resumo: No contexto mundial, poucos são os estudos dos efeitos nas comunidades naturais da perda de hábitat e isolamento gerados por usinas hidrelétricas. Visando entender o impacto do enchimento e da formação de ilhas, causadas pela represa de Balbina sobre as comunidades de lagartos na Amazônia central, este estudo avaliou em nível de paisagem os efeitos da forma, do tamanho e do grau de isolamento das ilhas sobre a riqueza e composição de espécies de lagartos e em escala local, a influência da profundidade da serapilheira, da densidade de árvores e da densidade de palmeiras sobre a abundância das espécies mais comuns de lagartos. Lagartos foram registrados em 20 ilhas e 6 pontos controle em floresta contínua adjacentes à represa por meio de busca ativa na serapilheira e encontro visual. Foram registrados 1375 indivíduos pertencentes a 16 táxons inseridos em 5 famílias (Polychrotidae, Gekkonidae, Gymnophthalmidae, Scincidae e Teiidae). Ilhas e floresta contínua não diferiram quanto à riqueza de espécies de lagartos. Considerando apenas as ilhas, o número de espécies é positivamente relacionado com a área das ilhas e negativamente com o isolamento, porém a relação com o isolamento é duvidosa devido a um ponto de alavanca. Uma análise de caminhos indicou um efeito direto da paisagem (área e isolamento) sobre a riqueza e fracos efeitos diretos da profundidade da serapilheira, densidade de árvores e densidade de palmeiras. A composição das espécies nas comunidades, gerada com os dados de abundância diferiram entre ilhas e floresta contínua, mas não diferiram quando considerados dados de presença/ausência. A ordenação dos pontos utilizando dados quantitativos ao longo dos dois primeiros eixos de uma PCoA indicou a existência de três grupos de espécies. As ordenações dos transectos, usando todas as espécies, foram relacionadas à área da ilha, mas não a seu isolamento. No entanto, em uma nova análise considerando apenas as espécies que ocorreram em mais de 60% das parcelas, a relação com o isolamento e área foi contrária, sendo o isolamento relacionado significativamente à composição de espécies, enquanto a área não. Este último padrão foi encontrado para dados de presença/ausência, quando utilizadas todas as espécies. A análise de caminhos com dados de composição quantitativa e qualitativa indicou que o efeito direto da área foi maior que o efeito total. Os mediadores dos efeitos indiretos - profundidade da serapilheira, densidade de árvores e densidade de palmeiras - foram negativos. O mesmo não acontece para o isolamento, no qual o efeito total foi maior que o efeito direto devido ao mediador, profundidade da serapilheira, contribuir com um efeito positivo. Os fatores ambientais locais não afetaram a abundância de Ameiva ameiva, Kentropyx calcarata e Plica umbra. Mas a profundidade da serapilheira teve um efeito positivo em Mabuya nigropunctata e a densidade de árvores sobre Gonatodes humeralis. No reservatório de Balbina a insularização alterou a estrutura das comunidades de lagartos, sendo que a área e o isolamento das ilhas remanescentes influenciam a atual composição das espécies.