Curtimento de peles de Tambaqui (Colossoma macropomum) e Pirarara (Phractocephalus hemiolioptencs) com curtentes sintéticos e com curtentes naturais da Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Rocha, Maria do Perpetuo Socorro Silva da
Orientador(a): Jesus, Rogerio Souza de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Agricultura no Trópico Úmido - ATU
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12997
http://lattes.cnpq.br/4373899463442196
Resumo: A riqueza hidrica da região amazônica revela uma enorme quantidade de espécies íctiicas vivendo em suas águas. O Estado do Amazonas em 2005 produziu 55.412,5 t de pescado proveniente da pesca extrativa de água doce. A elaboração do couro a partir das peles residuais da filetagem de pescados pelos fhgoríficos representa uma fonte alternativa de renda que pode servir de matéria prima para a produção de artefatos. Estudos realizados no INPA, com peles de diversas espécies de peixe da região amazônica demonstraram a viabilidade da transformação dessas peles em couro. Para conservar a pele do animal é necessário retirar alguns elementos que compõem esta pele, isto é possível por meio da utilização de substâncias orgânicas elou inorgânicas. O objetivo deste trabalho foi desenvolver processo de curtimento de peles de peixes, comparando a resistência mecânica do couro obtido. Na extração de tanino as cascas das plantas foram coletadas manualmente e colocadas em água destilada, resultando numa relação agualcasca de 25: 1, e levados a uma chapa de aquecimento para a fervura e extração do material. Logo após as extrações, a serragem utilizada foi levada à estufa a 103 f 2°C e seca até atingir um peso constante, para a determinação do teor de extrativos em água quente. As peles selecionadas para estudo foram das espécies de peixes amazônicos: tambaqui (Colossoma macropomum) e pirarara (Phractocephalus hemioliopturus). O método para curtir peles de peixe é o mesmo desenvolvido para peles de grandes animais com algumas modificações segundo Rebello (2001) e está dividido em várias etapas. Para a determinação da resistência à tração e alongamento e rasgamento progressivo foi utilizada a metodologia aplicada por Souza et al., (2003) e conforme ABNT (NBR 1 104 1,1997). Das espécies estudadas as que indicaram maior quantidade de teor de extrativos totais em água quente foi Byrsonima sp com 69,63% e em Anacardiun sp com 62,63%, sendo a com menor concentração Musa sp com 42,20%. Para as peles curtidas com tanino extraído das plantas regionais, os resultados não foram aceitáveis, porém utilizando os produtos orgânicos (extratos vegetais sintéticos) e os inorgânicos (cromo) utilizados no processo, os resultados foram satisfatórios estando de acordo com outras peles de peixes curtidas. Os testes de resistência dos couros de modo geral estão dentro dos padrões de elasticidade exigidos pelas especificações técnicas. Os couros de tambaqui apresentaram maior resistência quando curtido ao tanino com uma elasticidade de 55,64% para c&ento com tanino e de 34,64% para os curtidos ao cromo. Com relação ao rasgarnento progressivo, todas as características (rasgo, força máxima e carga de força) foram maiores para as peles curtidas com tanino. Para as peles de pirarara, apenas o alongamento foi de 79,85% para o curtimento com cromo e de 51,50% para o curtimento ao tanino. No ensaio de rasgarnento progressivo, bem como para os ensaios de tração e alongamento os couros em ambos os tipos de curtimentos apresentaram elevados valores de resistência e elasticidade. Os resultados de resistência encontrados neste trabalho são similares aos encontrados para outras espécies de peixes, estando os valores dentro das normas técnicas exigidas, embora os produtos utilizados possam influenciar na resistência. Finalmente, sugere-se a realização de novas pesquisas visando novas avaliações em relação às técnicas de curtimento aplicadas e a realização dos teste fisico-mecânicos nos couros, permitindo dessa forma a obtenção de produto de boa qualidade, e com isso, valorizar o aproveitamento das peles de peixes da região.