Divergência acústica e morfológica em populações de Allobates femoralis (Anura, Dendrobatidae) do alto Rio Madeira.
Ano de defesa: | 2006 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
|
Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11853 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4751147U8 |
Resumo: | Desde o século XIX, pesquisadores investigam a hipótese de que os grandes rios amazônicos funcionam como barreiras à dispersão de animais. Entretanto, estudos de caso usando anuros não detectaram este efeito dos rios da região até o momento. Este estudo buscou avaliar a influência do alto Rio Madeira sobre a divergência acústica e morfológica do dendrobatídeo Allobates femoralis. Para isso, foram estabelecidas 17 áreas de coleta em ambas as margens do Rio Madeira, no Estado de Rondônia, onde registrei os cantos de anúncio, peso e variáveis morfológicas externas de machos. Encontrei dois morfotipos distintos, que provavelmente representam táxons diferentes. Um, com cantos de anúncio de 2 notas, ocorreu apenas na parte ocidental da margem esquerda do rio, alcançando uma zona de contato parapátrica com o segundo morfotipo, onde atualmente não existem barreiras aparentes à dispersão. O segundo morfotipo, com cantos de 4 notas, ocorreu nos dois lados do rio. Análises de variância multivariadas (MANOVA) mostraram que, mesmo considerados os efeitos do tamanho do corpo, temperatura do ar e distância entre áreas de coleta, existem 3 grupos distintos em relação a características acústicas do canto e morfologia: Grupo 1: populações pertencentes ao morfotipo com cantos de 2 notas; Grupo 2: populações pertencentes ao morfotipo de 4 notas da margem esquerda; e Grupo 3: populações do morfotipo de 4 notas da margem direita. Diferenças nos comprimentos relativos dos dedos palmares e fator de condição em amostras do morfotipo de 4 notas corroboraram esses resultados. Concluí que existe evidência de que o alto Rio Madeira delimite populações distintas de A. femoralis. No entanto, uma população incluída nas análises acústicas e outra incluída nas análises morfológicas não corresponderam ao padrão encontrado, sugerindo que o efeito do rio não foi suficiente para resultar em diferenças totalmente fixas entre populações de margens opostas. Além da separação de populações pelo leito do rio, fatores geológicos como o limite entre dois domínios geo-morfológicos na margem esquerda do alto Rio Madeira, parecem ser necessários para explicar a divergência vocal e morfológica entre os morfotipos de A. femoralis encontrados na região. |