Diversificação do complexo Allobates femoralis (Anura, Dendrobatidae) em florestas da Amazônia brasileira: desvendando padrões atuais e históricos.
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ecologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12243 http://lattes.cnpq.br/5292314762059126 |
Resumo: | Neste estudo, analiso aspectos da diversidade e evolução de um grupo de espécies de anuros filogeneticamente relacionados, amplamente distribuídos na bacia Amazônica e historicamente reconhecidos como um único táxon: Allobates femoralis. O primeiro capítulo aborda as relações sistemáticas entre diversas populações alopátricas deste grupo e formaliza o reconhecimento e descrição de uma nova espécie: Allobates hodli. Também é apontada a ocorrência de outras linhagens monofiléticas, possuidoras de fenótipos acústicos e morfológicos característicos, indicadas como potenciais espécies crípticas. No segundo capítulo, avalio o efeito do rio Madeira sobre a diferenciação genética, morfológica e acústica de populações de A. femoralis distribuídas ao longo de seus interflúvios, além de aplicar análises filogeográficas para verificar a congruência entre os padrões de diferenciação observados e os padrões esperados caso o rio Madeira tenha funcionado como uma barreira vicariante desde sua formação. Análises filogenéticas e populacionais baseadas em marcadores moleculares mitocondriais apontam padrões condizentes com a hipótese de que o leito do rio Madeira represente uma barreira histórica proporcionando o isolamento entre populações de margens opostas. Porém, a eficácia do rio como barreira vicariante é variável ao longo de seu curso, sendo reportados prováveis eventos de dispersão entre margens em pontos entre o médio e o alto curso do rio. Populações amostradas em um mesmo interflúvio não possuem morfologia ou vocalizações mais similares entre si do que quando comparadas a populações amostradas na margem oposta, indicando que a diferenciação de caracteres fenotípicos é influenciada por outros mecanismos evolutivos. No terceiro capítulo, apresento a caracterização genética de uma zona de contato entre A. femoralis e A. hodli, localizada no alto rio Madeira. A análise de marcadores moleculares mitocondriais e microssatélites sugerem que hibridização natural entre as duas espécies é mais freqüente na linha central geográfica da zona de contato, decaindo abruptamente em um raio inferior a dois quilômetros à jusante e à montante desta área. Estimativas de diversidade genética obtidos em áreas adjacentes à zona de contato suportam a existência de seleção contra híbridos oriundos do cruzamento direto entre indivíduos parentais pertencentes às duas espécies. |