Ecofisiologia de árvores na fase juvenil em resposta à adubação mineral e sazonalidade da precipitação em uma floresta nativa na Amazônia Central

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Magalhães, Nilvanda dos Santos
Orientador(a): Mendoza, Ricardo Antônio Marenco
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
Programa de Pós-Graduação: Ciências de Florestas Tropicais - CFT
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/4952
http://lattes.cnpq.br/5752676372195234
Resumo: A maioria dos solos da Amazônia são altamente intemperizados e pobres em nutrientes. Portanto, a fotossíntese e o crescimento das plantas devem responder positivamente à adição de nutrientes minerais. Surpreendentemente, nenhum estudo foi realizado in situ na Amazônia Central para resolver este problema para árvores juvenis. O objetivo deste estudo foi investigar como as taxas de fotossíntese, o crescimento de árvores juvenis e os teores de nutrientes da folha respondem à adição de nutrientes minerais, à variação no índice de área foliar do dossel da floresta e às mudanças no conteúdo de água do solo associada com a sazonalidade da precipitação. Também foi estudado a relação entre os teores de nutrientes foliares, as taxas fotossintéticas e o crescimento das arvoretas do sub-bosque da floresta. O estudo foi realizado na Estação Experimental de Silvicultura Tropical (Núcleo ZF2), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Foram utilizadas cinco espécies, na fase juvenil, com até 3 m de altura. Avaliou-se o efeito da adição de 75 g de um fertilizante de libertação lenta (contendo 15% de N, 9 % de P, 12% K, 1 % de Mg, 2,3 % S , 0,05 % de Cu , 0,45 % de Fe , 0,06 % de Mn e 0,02 % de Mo ) no solo por planta. O controle foi plantas não fertilizadas. No tratamento fertilizado, a quantidade total de fertilizantes foi igualmente dividido em cinco aplicações (dezembro 2010, março, junho, setembro e dezembro de 2011 ou seja, 15 g por planta em cada ocasião). Determinou-se o crescimento (altura e diâmetro) das plantas de 2010 a 2012 e as trocas gasosas (fotossíntese máxima- Amax e potencial - Apot, a condutância estomática - gs, a velocidade máxima de carboxilação da Rubisco - Vcmax e a taxa máxima de transporte de elétrons - Jmax), os teores de nitrogênio (N), fósforo (P), cálcio (Ca), potássio (K) e magnésio (Mg) da folha, o índice de área foliar (IAF), o teor de água no solo, o potencial hídrico da folha antes do amanhecer (Ψfoliar) e as características foliares (espessura e área foliar específica - AFE) nas épocas de seca e chuva de 2012. A sazonalidade da precipitação levou á variações na umidade do solo (51% na estação seca e 67 % na estação chuvosa) e no Ψfoliar (-0,26 MPa no período seco e -0,13 MPa na estação chuvosa), mas não afetou o crescimento das plantas e os parâmetros de trocas gasosas. Apesar do aumento de 60% no conteúdo de P no solo adubado, o crescimento das arvoretas e os parâmetros da fotossíntese não foram influenciados pela adição de nutrientes. No entanto, as taxas fotossintéticas, o crescimento das arvoretas, gs-max, Vcmax e Jmax declinaram com aumentos no IAF do dossel da floresta. Da mesma forma, o declínio no conteúdo de água no solo durante a estação seca e a adição de nutrientes não apresentaram efeito sobre os teores de N, P, Ca, K e Mg da folha, espessura e AFE. Com excessão da taxa de crescimento relativo anual (TCR), Apot por unidade de massa foi responsiva a variação nos teores de nutrientes foliares (p>0,05). A falta de efeito da época do ano (seca e chuva) nas taxas fotossintéticas, crescimento das arvoretas e nos teores de nutrientes da folha pode ser devido ao fato de que durante o período estudado a estação seca não foi tão forte a ponto de reduzir a umidade do solo a níveis que poderiam afetar negativamente a assimilação de carbono e as características foliares nas espécies examinadas. Mostrou-se também que a fotossíntese e o crescimento das arvoretas são mais sensíveis a variações na disponibilidade de luz no sub-bosque do que pela disponibilidade de nutrientes. Finalmente foi concluído que, embora os solos da Amazônia sejam pobres em nutrientes, a fotossintése e o crescimento das arvoretas no sub-bosque da floresta não serão limitados pela disponibilidade de nutrientes minerais no solo.