Silvicultura de pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke): Alometria, manejo e produção de óleo essencial na Amazônia Central
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Ciências de Florestas Tropicais - CFT
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/4995 http://lattes.cnpq.br/0852211000925209 |
Resumo: | O pau-rosa (Aniba rosaeodora Ducke) é uma espécie arbórea Amazônica ameaçada de extinção cultivada comercialmente para a produção de um dos óleos vegetais mais valiosos do mundo, utilizado na indústria mundial de cosméticos e perfumaria fina. Consequentemente, existe a necessidade da utilização de técnicas de manejo sustentável dos cultivos, que que proporcionam um meio para reduzir a pressão de exploração sobre populações naturais de pau- rosa, promovendo, ao mesmo tempo, desenvolvimento regional. No entanto, conhecimento técnico e cientifico sobre seu cultivo é escasso, afetando negativamente o valor comercial do óleo essencial, gerando incertezas aos potenciais investidores do setor e representando percalços à conservação da espécie e ao desenvolvimento da silvicultura na Amazônia. Devido o potencial de rebrota da espécie, o manejo da biomassa aérea tem sido estimulado por lei desde 2006, porém, os estudos que desvendem questões concernentes a este tipo de manejo permanecem escassos. A necessidade de desenvolver estudos que aumentem a viabilidade do manejo da espécie resultou na maior amostragem de pau-rosa já realizada em um estudo acadêmico, com o objetivo de definir padrões de manejo da biomassa aérea que contemplem questões, dentro da cadeia produtiva, sobre o planejamento, a prática de manejo e a oferta do produto final. Para isto, foram amostradas 144 árvores em três áreas de plantio localizadas em duas regiões da Amazônia Central - Maués e Novo Aripuanã, onde 36 árvores foram podadas na copa e 108 cortadas a 50 cm do solo. Em uma amostragem de acompanhamento foi estudado o processo de rebrota de todos os indivíduos, para analisar o potencial de recomposição de biomassa de árvores submetidas a diferentes intervenções de colheita, ao mesmo tempo em que a condução das brotações, status nutricional e manutenção / variação da qualidade de óleo essencial também foram análisados. Com a primeira amostragem foram desenvolvidas equações alométricas de volume e biomassa da árvore interia e da copa, fundamentais no planejamento do manejo e colheita de plantios comerciais. As equações geradas foram comparadas com uma equação utilizada em manejo florestal para estimativa de volume e outra recomendada por lei para estimar biomassa de pau-rosa, o que constituiu o primeiro capítulo da presente Tese. O segundo capítulo apresenta a avaliação de formas de manejo da biomassa aérea de pau-rosa, mensurando a exportação de nutrientes resultante da colheita sequencial e validando modelos de manejo sustentáveis no uso de rebrotas através da descrição do desempenho das brotações das cepas após a colheita e de conduções das brotações, que tiveram suas variáveis alométricas quantificadas juntamente com a massa rebrotada das árvores podadas. No terceiro capítulo, avaliamos o rendimento e a composição química do óleo essencial extraído a partir da biomassa aérea manejada por meio de duas amostragens dos compartimentos vegetativos das árvores: antes (referência) e após a colheita (rebrota), simulando as técnicas utilizadas em plantios comerciais. Os resultados apontam que a equação sugerida por lei para estimativa de biomassa de pau-rosa subestima os valores reais em mais de 70%, se tornando inviável de ser utilizada em plantios comerciais. Em contraste, as equações geradas para a espécie, independentemente da idade e da região de cultivo, obtiveram bom ajuste e servem como alternativa à necessidade de desenvolvimento de equações para cada condição. Os atributos químicos da rebrota de árvores manejadas diferiram dos atributos químicos da biomassa determinados antes do manejo. A recomposição da biomassa foi significativamente correlacionada com a concentração de açucares solúveis nos tecidos de raiz e com o estado pré-manejo da árvore. O manejo por talhadia com a gestão precoce do numero de brotos subsequentes, resultou em incrementos significativamente maiores, podendo ser uma forma de manejo adotada em plantios de pau-rosa. O manejo sequencial da biomassa promove elevada exportação de nutrientes, exigindo técnicas de reposição e as quantidades a serem repostas dependem da intensidade e frequência das colheitas. Nessas colheitas o rendimento e a composição química do OE apresentam diferenças significativas, tendo sido observada a presença de substancias com características importantes para a fragrância característica do óleo essencial de pau-rosa Essas variações foram observadas entre as regiões de amostragem, compartimento vegetativo da árvore e das colheitas sequenciais (referencia ou rebrota). Embora havendo diferentes perfis químicos de composição dos constituintes minoritários, o elevado teor de linalol, dentro dos percentuais requeridos pela indústria, motiva perspectivas sobre a valorização do óleo essencial de pau- rosa obtido pelo conhecimento da diferenciação do seu bouquet aromático. consequentemente, os resultados dessa pesquisa indicam que é possível obter óleo essencial de pau-rosa manejado de maneira sustentável Os resultados deste estudo representam uma grande contribuição no avanço dos conhecimentos científicos que auxiliam a silvicultura econômica e a conservação da espécie, bem como a formulação de políticas públicas de normatização e fiscalização. |