Efeitos da disponibilidade hídrica e de diferentes condições de irradiância sobre o crescimento, características fotossintéticas e o acúmulo de óleos voláteis em plantas de Aniba rosaeodora Ducke e Aniba canelilla (Kunth) Mez (Lauraceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Atroch, Eva Maria Alves Cavalcanti
Orientador(a): Gonçalves, José Francisco de Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Botânica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12808
http://lattes.cnpq.br/6901991395547602
Resumo: Aniba rosaeodora Ducke (pau-rosa) e Aniba canelilla (Kunth) Mez. (casca-preciosa), destacam-se, entre os recursos vegetais amazônicos, como espécies aromáticas com muitas possibilidades de uso. O valor econômico de A. rosaeodora resultou na exploração não planejada da espécie, levando-a ao risco de extinção. A despeito da importância econômica de plantas aromáticas, ainda existe pouco conhecimento quanto à fisiologia e às características bioquímicas dessas espécies. Assim, o objetivo desse trabalho foi investigar as variações nas características fisiológicas e nas concentrações de óleos voláteis em folhas, caules e raízes de plantas jovens de Aniba rosaeodora e Aniba canelilla quando submetidas a diferentes condições de disponibilidade hídrica e de irradiância. Para avaliar o comportamento das plantas frente à suspensão de rega em períodos intercalados com rehidratação, de maneira geral, verificaram-se aspectos relativos ao potencial hídrico, às trocas gasosas, eficiência do fotossistema II, teores de pigmentos cloroplastídicos, áçucares solúveis e amido, teor de óleos voláteis em raiz, caule e folhas, e crescimento. Os efeitos do estresse hidrico, sobre o potencial hídrico e o conteúdo relativo de água, foram observados a partir de 16 dias sem água (p0,05) e promoveram decréscimo nos teores de clorofila a, bem como o aumento nos teores de carboidratos (p0,05). A maior eficiência no uso da água em Aniba canelilla indicou ser esta espécie, relativamente, mais apta a tolerar ambientes mais secos. As espécies apresentaram maior teor de açúcar nas raízes, sendo os teores de óleo maiores nas folhas. A menor disponibilidade de água não alterou a produção e o particionamento de óleo nas duas espécies, mas ocorreu uma redução drástica de biomassa foliar, e uma maior alocação para o crescimento das raízes. Os danos irreversíveis nas folhas não impediram a recuperação das plantas e a retomada do crescimento ao final de duas semanas de reidratação, quando começaram a surgir novos lançamentos foliares. Para avaliar o comportamento das espécies frente a dois níveis contrastantes de irradiância, sombreamento de 70% (500 a 700 mol m-2 s- 1) em viveiro, e pleno sol (1300 a 1800 mol fótons m-2 s-1), durante três semanas, foram monitoradas variáveis relativas às características fotossintéticas (A, Rd), às trocas gasosas (gs, Ci, E, ) e suas relações (EUA, EIUA), bem como a eficiência fotoquímica do fotossistema II (Fv/Fm). A produção de óleos voláteis em toda a planta foi obtida ao final do experimento. As espécies exibiram semelhanças quanto à plasticidade do sistema fotossintético a mudança de ambiente lumínico, indicando boa capacidade de aclimatação. Contudo, A. rosaeodora se mostrou mais adaptada a ambientes de elevada irradiância uma vez que manteve maior estabilidade nas trocas gasosas e na produção de óleos voláteis, enquanto que A. canelilla apresentou redução na produção de óleos sob elevada irradiância, embora o padrão de particionamento tenha se mantido inalterado. Os resultados observados indicam que estas espécies apresentam características, que podem ser importantes para a sobrevivência em um cenário de mudanças climáticas globais.