Padrões de movimento, uso de microhábitat e dieta do jacaré- paguá, paleosuchus palpebrosus (crocodilia: alligatoridae), em uma floresta de paleovárzea ao sul do Rio Solimões, Amazônia central, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Botero-arias, Robinson
Orientador(a): Magnusson, William Ernest
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Ecologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11895
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4245381H9
Resumo: Foram realizados levantamentos de Paleosuchus palpebrosus (dwarf caiman), com contagens noturnas nas estações seca e cheia, para a determinação de padrões de movimento, uso de microhábitat e dieta da espécie em áreas de floresta alagada, riachos e poças na borda da rodovia BR-319, Kilômetro 80, aproximadamente 100 km ao sul da cidade de Manaus no município de Castanho - Amazônia Central. P. palpebrosus foi encontrado nas áreas de floresta alagada, em poças, em áreas de pastagens, e em baixo número, nos igarapés. O número de P. palpebrosus encontrados variou entre períodos hídricos, mas não foi identificada tendência de migrações entre os hábitats. A estrutura de tamanhos de P. palpebrosus foi estimada com base no número médio de jacarés avistados em cada mês e a estimativa visual do tamanho de suas cabeças. A estrutura foi dominada por indivíduos de porte médio. A disponibilidade de microhábitat foi quantificada nas áreas alagadas e nas poças, na época de cheia e seca. Nas áreas alagadas e nas poças, os indivíduos de P. palpebrosus que usaram água aberta foram menor que o esperado. Nas áreas alagadas, na época da seca, P. palpebrosus usou os bancos de folhiços, galhos e madeira acumulada com maior freqüência do que foi esperado. Não se encontrou relação entre as variáveis físicas e químicas e a ocorrência de P. palpebrosus em 16 poças. O movimento de seis indivíduos de jacaré-paguá (três fêmeas e três machos) foi monitorado com a técnica do carretel de rastreamento, por um período de 24 horas, e a maioria dos indivíduos usou áreas pequenas perto do corpo d água. Foram feitas lavagens estomacais em 42 indivíduos capturados de P. palpebrosus; o conteúdo estomacal foi agrupado em cinco categorias: vertebrados terrestres (mamíferos, aves, répteis e anuros), peixes, invertebrados terrestres (aranhas e insetos), crustáceos (caranguejos e camarões) e moluscos. A dieta de P. palpebrosus estava composta principalmente de invertebrados terrestres, com uma ocorrência de 79%. Os vertebrados terrestres representaram 19% das ocorrências. Os moluscos foram encontrados com maior proporção em indivíduos pequenos, enquanto os peixes e vertebrados terrestres foram consumidos por indivíduos de quase todos os tamanhos. Os tamanhos das presas não digeridas foram estimados pelo índice target-size , e a dieta dos indivíduos investigados foi composta principalmente por presas de tamanho pequeno. O tamanho das presas ingeridas não estava relacionado com o tamanho do jacaré. A presença de outras três espécies de crocodilianos (P. trigonatus, Melanosuchus niger e Caiman crocodilus) Foi também registrada. M. niger foi registrado nas áreas de floresta alagada na época da cheia. Poucos P. trigonatus foram vistos na época da seca, usando os microhábitats de P. palpebrosus. C. crocodilus foi encontrado durante todos os levantamentos nas poças. Na época de cheia, esta espécie foi registrada nas áreas alagadas dividindo o hábitat com P. palpebrosus. Foi encontrada evidência de tendência de migrações sazonais entre hábitats por C. crocodilus.