Resumo: |
Foi estudada a regeneração natural em clareiras artificiais, durante um período de 11 meses, sob indivíduos plantados de Inga edulis, Inga sp. e Vismia guianensis na Província Petrolífera de Ucuru, município de Coari-Amazonas, Brasil (04o53’S e 65o11’W). A distribuição das espécies de plântulas foi correlacionada em relação aos fatores ambientais analisados (propriedades físico-químicas do solo e irradiância) procedendo-se à análise de correspondência canônica destendenciosa (DCCA). Ao todo foram amostrados 85 indivíduos (40 de Inga edulis e Inga sp. e 45 de Vismia guianensis), distribuídos em nove clareiras, de três anos, quatro e dez anos, cada uma com três repetições. As famílias mais representativas (número de gêneros) foram: Leg. Mimosoideae (11 gêneros), Melastomatacea e Myrtaceae (cinco gêneros), Leg. Caesalpinioideae e Apocynaceae (quatro gêneros). A riqueza florística sob os indivíduos de Inga edulis, Inga sp. e Vismia guianensis foi maior nas clareiras mais antigas, diminuindo em direção às clareiras mais jovens e durante a época menos chuvosa do ano. Ao redor dos indivíduos de Inga sp. houve um número maior de espécies de plântulas com alta densidade e uma maior riqueza florística, sendo que as clareiras de 4 anos foram as que apresentaram o maior adensamento. O número de espécies de plântulas que sobreviveram até o final do experimento foi maior sob os indivíduos de Inga sp. e aumentou de acordo com a idade das clareiras. A regeneração natural nas clareiras mais antigas apresentou uma maior riqueza florística, menor densidade, e uma menor taxa de recrutamento, bem como na regeneração natural ao redor dos indivíduos de Inga sp. há uma maior coexistência das plântulas estabelecidas em relação aos recursos disponíveis. Para a regeneração sob as árvores de Inga edulis e Inga sp. o teste de Monte Carlo não foi significativo, impossibilitando a segregação das espécies colonizadoras ao longo das características edafo-climáticas. Na colonização sob as árvores de Vismia guianensis formaram-se quatro grandes grupos de espécies correlacionados aos eixos abióticos, indicando a coexistência das plântulas pelo compartilhamento de nichos. Os fatores limitantes de maior importância para o desenvolvimento das plântulas foram a alta irradiância e o déficit hídrico. Os indivíduos de Inga edulis e Inga sp. proporcionaram melhores condições (aumento da matéria orgânica do solo, maiores sombreamento e teor de nitrogênio) para regeneração natural sob suas árvores. |
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